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Publicado: Quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Crescer...

Como é bom ser criança! Levantar tarde nas férias, brincar o dia inteiro, ir na casa dos amigos, passar a tarde na casa da avó, e com direito à bolinho de chuva! A maior preocupação das crianças nas férias é o que fazer o dia inteiro! Com qual brinquedo se divertir, qual avó visitar, com qual amigo brincar. Quando voltam as aulas, a situação muda bastante. Levantar cedo, fazer “pilhas” de lições, assistir várias aulas (de algumas matérias que não gostam), ter inglês e espanhol. Mas, têm o futebol com os amiguinhos na sexta depois da aula, as aulas de educação física, as excursões da escola, a natação, a apresentação do jazz e o recreio! Ah, que delícia que eram os recreios. A mãe preparava a lancheira e sempre tinha uma surpresa! Um bolinho, uma bolacha diferente, um salgadinho! Quão esperada era essa hora. Trocar lanche com os amigos quando o nosso não era “bom” e eles tinham dormido na casa daquela tia “de mão cheia”. Mas, um dia, sem perceber, trocamos o recreio pelo intervalo. As aulas ficaram mais sérias e mais difíceis, mas os intervalos agora tinham outro interesse. Aquele (a) menino (a) da outra classe. Esperávamos a aula acabar para encontrarmos aquela pessoa, e ficávamos feliz com apenas um sorriso, um cumprimento, um gesto dela. E os bailinhos de sábado à noite? Dançar com a vassoura, dança da Maria Cebola, esperar o “paquerinha” chegar. Ali começaram as desilusões. Você de castigo sem poder ir à festa; sua amiga que desiste de ir na última hora; e o pior: “aquele” menino beijando outra na festa! Ficávamos a semana inteira chorando e parecia que o mundo ia acabar. Porém, um dia percebemos que já estamos na faculdade, mas ainda têm as festas, as chopadas, os “bixos”, as expectativas com a formatura e o tão esperado baile! No último ano, as preocupações são imensas! Agora realmente chegou a hora de encarar o mundo e ir atrás de um emprego. E, para alguns, as decepções são muitas. Não conquistamos o emprego dos sonhos, não temos a pós-graduação necessária e, principalmente, não temos a experiência desejada. Mas, lutamos e seguimos adiante, pois só com o tempo e o trabalho iremos adquirir a maturidade e a experiência exigidas. Contudo, agora NÒS temos que pagar o financiamento do carro/casa, pagar a escola dos filhos, pagar, pagar, pagar....Só não podemos esquecer da nossa eterna criança, e vez ou outra, ainda podemos falar: “- Mãe, faz aquele bolinho de chuva da vovó pra mim?” Que saudade de ser SÓ criança!!!

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