Cuesta San Blas
"Quanto custa esse daqui?", ela apontou esticando o braço. Avacalhada de pulseiras, cada gesto seu trazia o som de um vendaval em monastério budista apinhado de mensageiros do vento. O artesão pegou uma outra peça, colocou na palma da mão esquerda e esfregou a pedra com o dedão direito, depois apontou para a Cuesta San Blas: "¡Mira! La energía que tiene este fragmento.". Ela tirou a carteira de dentro da bolsa e perguntou novamente: "Este aqui, moço! Qualé su precio?". O homem recolheu o braço e devolveu o brinco ao pano preto estendido no chão. Pegou um colar de huayruros e estendeu em sua direção: "Somos todos hijos del Sol, pero usted puede traer grandes bienes o grandes males a la humanidad...". A mulher, acenando a carteira freneticamente acima da cabeça, grita: "Qual o preço dessa porra? Quer vender ou não quer?". Ele agachou, pegou a pulseira de sementes, guardou vagarosamente em um saquinho de papel e lhe estendeu. Ela perguntou: "Quanto?". Ele respondeu: "Cuanto tiempo vivir".