Cumprindo o prometido
Ainda estão vivas na nossa memória as falas e as imagens da Semana Santa. Já tivemos a oportunidade de dizer que ela tem como conteúdo a história do grande amor de Deus por nós; impossível esquecer isso.
Esse amor não é novo e vem sendo manifestado ao seu povo ao longo da história da humanidade de diversos modos, através dos acontecimentos e das pessoas. É o caso, por exemplo, das tantas alianças firmadas, das intervenções em favor do povo, especialmente dos sofridos e perseguidos. As Sagradas Escrituras apagam quaisquer dúvidas. Deus sempre esteve ao lado do homem, demonstrando seu carinho de Pai.
Por fim esse amor é definitivamente revelado em seu Filho Jesus Cristo. Resolveu descer do céu e habitar entre nós. Cumpriu a promessa; aquilo tudo que foi anunciado e de que temos conhecimento através das Escrituras.
Ao lermos o Antigo Testamento, lá está, com todas as letras o Plano de Deus, o desejo de propiciar aos seus filhos terrenos condições para uma vida melhor. Sua intenção de implantar o Reino dos céus já aqui na terra foi sendo revelada ao povo, mas a cabeça dura e o coração de pedra do ser humano, o orgulho, sempre foi um grande obstáculo a que isso se desse definitivamente. Mas como Deus não desiste de nós, sempre resta uma esperança.
Se bem vivida, a Semana Santa nos fez reviver a história da Salvação; trouxe mais uma vez à consciência o preço pago por Cristo pela nossa Redenção. Nada que tenha surpreendido a Deus. Afinal, Ele nos conhece muito bem. Correu o risco de enviar seu próprio filho, de o expor à vontade e aos interesses humanos...
Nada de novo. Tudo já anunciado pelos escolhidos de Deus, os profetas. É claro que a Semana Santa é triste, até porque revela o lado mesquinho, egoísta e ingrato do ser humano, mas, ao final, marca-nos definitivamente a Páscoa, o Cristo ressuscitado. Um final feliz: Deus veio até nós, veio para ficar. Está no meio de nós... Pode ser encontrado, reconhecido, seguido...
No entanto, não se impõe nos nossos caminhos, nas nossas decisões. Depende de nós sua aceitação, sua efetiva participação na nossa vida. Encerramos com as palavras da liturgia da Vigília Pascal de 2008 da Paróquia de Santo Afonso – Ceará.
Um misto de certeza e de prece para que efetivamente tenhamos Deus conosco, presente...
Nas coisas humildes e simples, no gesto carregado de misericórdia.
Nas decisões em favor da vida dos pobres e da justiça entre os homens.
No coração dos que amam e servem aos outros sem esperar nada em troca.
Na força da união e da fraternidade, no gesto solidário e sincero.
Naqueles que defendem a vida e sua sacralidade.
Onde não há opressão nem exploração, corrupção e ganância.
Naqueles que anunciam ao mundo, com a vida e com a palavra, o Cristo ressuscitado.