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Publicado: Segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Dança Circular Global

Crédito: redeglobo.globo.com Dança Circular Global
Mensagem da Globo convida brasileiros para corrente por um novo tempo

Acabo de assistir o vídeo de final de ano da Globo. Minha primeira reação foi de euforia e felicidade. E logo depois chorei. Passou como um filme em minha mente os milhares de círculos de Dança Circular que têm sido feitos em tantas partes do mundo e especialmente no Brasil. Desde a década de 80, intensificando nos anos 90 e explodindo depois dos anos 2000.

Rodas grandes e pequenas, em parques e praças, dentro de escolas, hospitais, centros de saúde, empresas. Círculos com o propósito de acordar o novo tempo em cada um de nós: nossa humanidade, o sentimento de gratidão pela vida, a alegria genuína que nasce do encontro e não do consumo. Rodas de cura, que vivificam o chamado por uma vida com significado e beleza. Rodas de união, que convidam os corações para dançar a diversidade em harmonia. Rodas de consciência, que acordam nossa natureza para nos irmanarmos com as plantas, animais e árvores. Rodas de meditação em movimento, vibrando por dignidade e cidadania. Rodas de pura esperança, clamando por um mundo de amor e de paz. Quantas infinitas rodas!!!

E hoje, exatamente hoje...No dia em que se inicia a COP21 em Paris!

No dia seguinte a uma linda roda que fizemos no Parque da Água Branca (SP) com 200 pessoas, com o tema “Dançando pelo Clima... da Paz” e que ainda ecoa em mim.

Diante de tantas tragédias e absurdos inacreditáveis com o clima, com as florestas, com nossos rios, com o consumo desenfreado movido pela ganância e uso indevido do poder...

Então hoje me chega este vídeo. Porque chorei? Sim, não tenho vergonha de falar. Chorei porque a gente se esforça muito para acreditar em um mundo melhor. A gente dança tanto, de mãos dadas, porque não queremos ser afogados pelas más notícias. Não queremos sucumbir. Não queremos desistir de acreditar na vida e no poder maravilhoso que cada pessoa tem de brilhar e transformar. A gente dança em círculo para nutrir nossa confiança no ser humano, para regar nossa alegria, para deixar que o sagrado nos guie, ao invés da lama que está batendo à nossa porta.

E muitas vezes não é nada fácil. A gente dança por pura teimosia. Ou por determinação, não sei...

A Globo escolheu, com todo o seu poder e força, diante de tantas possibilidades, passar uma mensagem de otimismo e esperança através da brasilidade e da alegria das nossas danças. Está tudo lá nas imagens! Tudo o que vivemos em nossos círculos de Dança Circular Sagrada! Todas as emoções que têm percorrido nossas rodas, com crianças, jovens, adultos, idosos, pessoas especiais! É como ver consagrado o nosso trabalho tão árduo, mas feito com tanto amor! Hoje é um novo dia de um novo tempo... na voz do nosso tão amado Milton Nascimento! Não haverá mais nenhum brasileiro que não saiba o que estamos fazendo. Afinal, não sejamos ingênuos, sabemos o poder da Globo. Muito mais gente entrará nas rodas para beber desta fonte inesgotável!

Chorei de transbordamento. A Dança Circular Sagrada é Global.

Nota de esclarecimento: 

A chamada para a matéria da Globo é: “Ciranda inspira campanha da Globo; Milton Nascimento dá a voz. Mensagem da Globo convida brasileiros para corrente por um novo tempo.” (redeglobo.globo.com – 30/11/2015 – 10h31).

Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. É originada mais precisamente na Ilha de Itamaracá, através das mulheres de pescadores que cantavam e dançavam esperando eles chegarem do mar. Caracteriza-se pela formação de uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido. É muito comum no Brasil definir ciranda como uma brincadeira de roda infantil, porém na região Nordeste ela é conhecida como uma dança de roda de adultos. Os participantes podem ser de várias faixas etárias, não havendo impedimentos para a participação de crianças também.

A Dança Circular Sagrada é uma prática inspirada nas danças folclóricas em roda, de todos os povos, que foi resgatada inicialmente pelo bailarino, educador e coreógrafo Bernard Wosien (1908-1986) que circulou pela Europa coletando danças e criando suas próprias coreografias para o círculo, dotadas de simbolismos e significados. Wosien encontrou neste tipo de dança um caminho para a comunhão, para a unidade e a totalidade ao mesmo tempo. Um caminho efetivo para a cura. Em 1976, Wosien esteve pela primeira vez na comunidade de Findhorn (Escócia), onde ensinou uma coletânea de Danças Folclóricas para os residentes. O modelo de vida cooperativa e espiritual que se desenvolvia em Findhorn, aliado à proposta de Bernhard Wosien, enraizaram as Danças Circulares Sagradas como uma prática essencial para alcançar o que se buscava. Ao mesmo tempo, por ser um lugar visitado por pessoas do mundo inteiro, impulsionou também que as Danças Circulares se expandissem, a partir deste centro, para outros países. E um deles, com muita força, foi o Brasil. A Dança Circular Sagrada - uma prática de meditação em movimento, de mãos dadas no círculo - acolhe danças tradicionais e contemporâneas de todos os países, inspiradas em um propósito comum e coletivo de cura, cidadania e união. Atualmente, ela tem sido difundida por centenas de focalizadores espalhados em todo o Brasil, que passaram por muitos estudos e viagens para ensinar com consciência, conhecimento e profundidade esta prática universal que efetivamente muda o mundo. Mais informações: www.dancacircular.com.br

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