De Mulher pra Mulher
Ainda há quem use, alegando ser inteligente, o argumento de que nenhum homem pode falar de questões femininas simplesmente pelo fato de ser homem. Que confusão tacanha! Ora, vejam: se assim fosse, nenhum homem poderia tornar-se ginecologista! Nem tantos cabeleireiros masculinos poderiam entender de penteados femininos, maquiagem, moda, etc.!
Sei que esse absurdo é fruto de uma histeria típica de quem não raciocina direito, por isso uso doses maiores de paciência. Porém, se o negócio é que o papo seja de mulher pra mulher, não tenho como deixar de sugerir aos leitores e às leitoras em geral o artigo da economista Karolina Orlandi, ligada ao Instituto Liberal de São Paulo (ILISP): “As mulheres não precisam de um Dia da Mulher e sim de menos Estado”, publicado no site do instituto acima referido em 15 de março de 2016. Entre suas ótimas elucubrações ela escancara a origem marxista da efeméride e conta como esta é detestada na República Tcheca e na Polônia:
“O Dia da Mulher é uma comemoração marxista que virou sucesso no mundo todo e faz furor nas redes sociais. No entanto, a data ainda tem má fama em todos os países que faziam parte do bloco soviético, pois fazia parte da propaganda socialista que lhes era imposta por Moscou e seus feitores nos países subjugados.
Para se ter uma ideia, o parlamento da República Tcheca voltou a reconhecer a efeméride apenas em 2004. A data era (e continua a ser) rejeitada pela população, especialmente pelas mulheres, desde a queda do comunismo em 1989 e só retornou ao calendário oficial por iniciativa do Partido Social-Democrata tcheco e pressão da União Europeia (das Repúblicas Socialistas) para a promoção da luta pela igualdade dos sexos. Na Polônia, conquanto a comemoração tenha sobrevivido ao fim do regime soviético, o cravo, a flor que era dada de presente às mulheres no seu dia, até hoje sofre com o ostracismo. Nenhuma moça que se preza gosta de recebê-las por sua ligação simbólica com o estado totalitário”.
Karolina Orlandi também recorda o “grande valor” de uma ideóloga alemã em favor das mulheres, ou seja, valor nenhum:
“Clara Zetkin, a marxista alemã que idealizou o Dia Internacional da Mulher, não foi a responsável pelo sucesso de mulheres notáveis como Maria Curie, Merit Ptah, Hipátia, Maria Kirch, Ida Tacke-Noddack, Emilie du Chatelet, Caroline Cherschel, Ada Lovelace, Marguerite Perey, Emmy Noether ou Margaret Thatcher. Todas elas ganharam reconhecimento graças aos seus méritos. O sucesso ou o poder não é dado ou garantido, queridas mulheres, mas é o resultado do trabalho”.
E finaliza tecendo ótima análise sobre liberdades e garantias:
“Liberdade é escolher se queremos fazer carreira e trabalhar, apenas cuidar dos filhos ou mesmo combinar as duas coisas. Infelizmente, há poucas mulheres que podem fazer essa escolha, pois viver com apenas um salário em casa é privilégio de uma minoria. Liberdade é escolha e não garantia do que quer seja. Apenas escravos têm garantia de comida, assistência médica e educação para seus filhos. Garantia é a marca dos sistemas totalitários. Quanto menor o estado, maior a liberdade de todos, incluindo a das mulheres”.
Agora é que são elas. Não fui eu quem disse: foi de mulher pra mulher!
P.S.: E enquanto as feministas gastaram saliva com suas pautas bobocas, ontem a jovem militar Karen Sâmia, do Rio de Janeiro, aos 24 anos de idade, foi a primeira mulher (e negra) membro dos Dragões da Independência a hastear a bandeira do Brasil na cerimônia em frente ao Palácio do Planalto. A imprensa fake news e marxista também não deu uma notinha de rodapé sequer, que vergonha!