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Publicado: Sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Desesperança

Desesperança

Entre a noite de quinta e a manhã desta sexta, 24, fevereiro, eis que estoura na televisão mais uma revelação de nefasto procedimento a envolver a mais alta cúpula do grupo que tem as rédeas do poder nas mãos e, do qual, um mínimo de hombridade seria lícito esperar, pelo menos por parte dos diretamente envolvidos.

A história do pacote deixado por um personagem, já capitulado na lava jato, no escritório de conhecido e insuspeito advogado e buscado de volta ao depois; este, logo de manhã, a confirmar que o fato era verdadeiro. Aliás, já havia ele, referido advogado, se afastado de ligação direta com Brasília, desde dezembro.

A mídia transmite então a informação de que as fontes políticas nominadas no episódio não se pronunciariam a respeito.

Num momento destes, na interminável sequência de falta de um mínimo de consideração e respeito ao povo brasileiro, é que se volta o olhar para as decantadas passeatas que demandavam a troca de comando do país. A fúria das ruas de uma multidão insana, que nunca soube o que e porque fazia e, talvez, quem sabe, imaginaria que a podridão fosse banida na política. Podridão, diga-se, de cujos interiores e pormenores, o povo nem sabia existir de forma tão explosiva como passou a ser revelada daqueles dias para hoje.

No governo anterior, com tudo e quanto se lhe acuse e degrade, pelo menos não havia essa brincadeira de tira e põe inaptos a cargos, com tão irreverente acinte.

Qual a diferença da desastrada indicação de ex-presidente da República para a Casa Civil com objetivo de lhe ensejar foro privilegiado e essa outra, agora, de político do Rio, com o mesmo fito? De gesto antes dito impudico, o mesmo ato ganha agora foros de naturalidade. Pesaroso mesmo foi o Supremo confirmá-lo. A degradação de simular honradez e responsabilidade a indicados para altos postos do governo, não tem fim.

Configura-se com a clareza do sol o objetivo de amainar o Supremo com nomes novos, tal como se aquele reduto final de integridade viesse a se fazer mais ameno.

O trio de sustentação democrática se fundamenta na independência e harmonia dos poderes.

Entretanto, há que se considerar o significado do que seja independência. Ela nunca poderá ser maculada com o disfarçado objetivo de que o trio se apequene em conjunto.

Seria o caos. 

Onde está, quem é, - seja-lhe dito o nome - o do verdadeiro e autêntico líder nacional?  

Povo brasileiro, gente relegada à própria sorte.

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