Colunistas

Publicado: Sábado, 26 de junho de 2010

Dia dos Namorados

Dentro da nossa linha de pensamento faço abordagem de tema delicado. Mas, sinto obrigação de fazê-lo, com alguma mágoa até, pois, não faz muito, acreditava que era o único dia da trinca famosa (Mães, Pais) que não se encontrava corroído pelo desvirtuamento do mérito e desrespeito à própria finalidade.

Pois, anos atrás, a “nobre” Globo se sobressaindo, exibia no Dia das Mães, “mamãezinhas” de 13, 14 anos e no Dia dos Pais, entrevistava “papaizinhos” de equivalente faixa etária, tudo na mais pura naturalidade e normalidade.

Talvez na época, por ingênuo lapso vivencial e romântico, cheguei a admitir que o Dia dos Namorados fosse o mais autêntico, pois a jovem e o jovem comemorando o recíproco amor, o exteriorizava verdadeiramente como clássicos e tradicionais namorados.

Vejo alguns anos depois, que errei redondamente. Os namorados de hoje (salvo a nobilíssima minoria que felizmente não é tão pequena), na verdade e data vênia, não são namorados, mas amancebados, medonha palavra, no conceito antigo, cujos sinônimos, na época, desagradavam ainda mais: amasiados, amigados, concubinos, amantes.

Desde então, talvez pela feiúra do vocábulo, a conivente e dócil sociedade os evite, aceitando-os apenas em programas humorísticos, como naquele do saudoso Jô Soares que, conversando ao telefone com um amigo, perguntava sempre: “como? Amancebou-se?”.

O que temos com isso, ou seja, com essa forma de viver? A preocupação dos cidadãos conscientes é mais ou menos equiparável à dos ecologistas que se preocupam ao máximo com a degradação do planeta ou sua deteriorização em face da irracionalidade do homem em sua destruição.

Verificamos com preocupação que a intensidade da busca do prazer sexual, como se fosse único e inarredável para todo o ser humano, viola a universal e pétrea lei da reprodução da espécie, consequentemente produzindo danos lastimáveis e profundos para toda a sociedade.

Na parte da família, é evidente, se os prazeres são conseguidos, sem maiores responsabilidades e compromissos, para que o indivíduo vincular-se com o casamento institucional e suas consequências? No conjunto, a fácil permissibilidade para a troca do casal de “namorados” não representaria estímulo para a poligamia e poliandria?

Comparando, podemos afirmar que na “ecologia social”, a desestabilização do meio ambiente, provocada pela insinuante devastação moral ensejada inclusive pelos amasiados corresponderiam ao equivalente a uns trinta por cento da região amazônica.

Apesar de tudo, continuemos a festejar o Dia dos Namorados, porém, sob a inspiração e proteção de Santo Antônio, o santo casamenteiro, a ele dirigindo nossas preces, no sentido de que todos que assim o desejarem, consigam encontrar a companheira(o) de suas vidas. E aos que já se encontram juntos, que continuem enamorados para sempre, envoltos na plenitude do amor.

Comentários