Dia Mundial de Combate ao Alzheimer
O dia 21 de setembro, foi escolhido para ser o Dia Mundial de Combate ao Alzheimer e segundo a Associação Internacional da doença- Alzheimer´s Disease Internacional (ADI)- esta demência acomete cada vez mais pessoas, há 35, 6 milhões de doentes no mundo; em 2030, devem ser 65,7 milhões e em 2050, a previsão é de 115,4 milhões de indivíduos; gastos com a doença devem consumir 1% do PIB global de 2010, o que equivale a $604 milhões!
Principalmente ao longo do século XX, o mundo observou um processo que tem sido denominado de transição epidemiológica. Inicialmente nos países desenvolvidos, e posteriormente e pelo menos em parte, nos subdesenvolvidos, houve um progressivo declínio na morbimortalidade (ou seja, menos pessoas ficando doentes e morrendo) por doenças infecto contagiosas (tais como a malária, coqueluche, tuberculose) e um aumento vigoroso nas taxas de adoecimento e morte por enfermidades crônico- degenerativas, nas quais o mal de Alzheimer enquadra-se.
O movimento observado na tendência histórica das diversas doenças pode ser explicado por inúmeras razões, tais como a melhoria do diagnóstico (principalmente a precocidade do mesmo), melhoria das condições sanitárias e sociais em geral, dentre outras. Além disso, a estrutura demográfica da população foi se modificando, maior proporção de idosos e menor de crianças, o que confere o predomínio de doenças crônicas relacionadas a indivíduos adultos.
O Alzheimer hoje é responsável por 60% dos casos de demência nos Idosos, segundo a ADI, cerca de 5% dos idosos brasileiros acima dos 65 anos sofre de Alzheimer, e as chances a partir desta idade duplicam a cada 5 anos, sendo que aos 85 anos de idade, o indivíduo terá 50% de chance de ter a doença, o que é realmente preocupante já que a demência gera declínio em múltiplos domínios cognitivos (tomada de decisões, solução de problemas, planejamento, memória, emoção, linguagem) de forma significante a ponto de interferir realmente no cotidiano social e ocupacional dos Idosos, causando dependência dos mesmos.
A doença de Alzheimer (DA) ocorre basicamente pela morte neuronal, ou seja, perde-se as células constituintes do cérebro, os neurônios, e há um prejuízo na produção de substâncias químicas envolvidas na memória e também no aprendizado.
Ainda não se descobriu um marcador biológico para a doença de Alzheimer, ou seja, uma substância que possa ser identificada no organismo em qualquer idade e possa sugerir a manifestação futura da doença, assim como é feito, por exemplo, na Triagem Neonatal, popularmente conhecido como Teste do Pezinho nos recém-nascidos, que detecta precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê.
São três os estágios progressivos da DA:
LEVE: confusões e perda de memória, desorientação espacial, dificuldade progressiva no cotidiano, mudanças na personalidade e na capacidade de julgamento
MODERADO: dificuldades nos atos de vida diária (especialmente no banhar-se, vestir-se e alimentar-se), ansiedade, delírios e alucinações, agitação noturna, alteração no sono, dificuldade de reconhecimento de amigos e familiares
GRAVE: diminuição acentuada do vocabulário, diminuição do apetite e do peso, descontrole urinário e fecal, dependência progressiva do cuidador.
Habitualmente o diagnóstico de demências se dá através de entrevista (história de vida, clínica, familiar, idade, escolaridade), testagem cognitiva (p. ex. Mini Exame do Estado Mental, Teste do Relógio, Teste de Fluência Verbal), e posteriormente de exames laboratoriais (hemograma completo, hormônios tireoidianos, enzimas hepáticas) e de imagem (tomografia, ressonância magnética).
Um fato curioso é que o diagnóstico do doente só poder ser feito com 100% de precisão após a morte, já que seria necessário fazer uma biópsia do tecido cerebral para confirmar a doença, tal fato explica o diagnóstico- realizado através de critérios internacionais (DSM-IV-Manual Diagnóstico de Doenças Mentais da Associação Americana de Psiquiatria e do CID-10 -Código Internacional de Doenças)- que é normalmente explicitado como POSSÍVEL mal de Alzheimer e é feito por exclusão de outras demências; a probabilidade de acerto ultrapassa muitas vezes os 95%.
O tratamento é sintomático, ou seja, atinge os sintomas (corrigir os déficits cognitivos e distúrbios psicocomportamentais) mas não a causa do Alzheimer, esta que é ainda desconhecida. Há a possibilidade do tratamento não farmacológico, através de intervenções psicológicas, que podem retardar a evolução da doença que têm duração média de 5 anos em 95% dos casos, culminando na morte do idoso.
O QUE FAZER?
São pequenas ações que fazem a diferença no convívio e no trato com doentes de Alzheimer:
-Fator de Grande Ajuda: Informação
-Natural ter dificuldade em entender o comportamento do doente que muitas vezes confunde o cuidador seja ele formal, ou informal, por exemplo um familiar;
-Embora pareça que o idoso sabe o que ele está fazendo, ELE NÃO SABE!
-É essencial ter calma e paciência
-Use e abuse do abraço terno e carinhoso
- São positivas mensagens como:" Eu estou aqui, Eu te amo, Eu ajudo, Você sabe"
-Jamais grite, evite confrontos
-Peça licença toda vez que tiver que ajudá-lo e explique o que está acontecendo (paciente pode se sentir invadido, desrespeitado, ao utilizar de ajuda n banho por exemplo)
- Converse sobre a história do Idoso, ajude-o a resgatar sua história de vida -
-Enquanto é possível, preserve e estimule a independência do portador da doença
COMO PREVENIR?
Vários estudos demonstraram que a doença de Alzheimer (DA) é uma doença idade-dependente e que o risco aumenta em familiares demonstrando que a genética está fortemente relacionada. Aproximadamente 40% dos pacientes possuem no seu histórico um antecedente familiar, especialmente em famílias longevas.
Entretanto, sabemos que de nada vale a genética se o contexto ambiental do indivíduo (seja ele fisiológico ou propriamente de ambiência e hábitos de vida) não fornecer lacunas de risco para doenças her
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