Colunistas

Publicado: Domingo, 6 de junho de 2010

Dias intermináveis

Falar de doenças é espantar eventuais leitores, pois ninguém, no prazeroso mundo moderno, tem interesse por assuntos tristes, desagradáveis, inobstante e paradoxalmente “adorem” comentar os horrorosos crimes da atualidade, cada dia com características mais insólitas e cruéis. Mas, dentro da temática do escritor acredito seja válido, eventualmente útil, abordar, de leve, o assunto enfermidades.

Tenho assim a dizer que me encontro ainda no “estaleiro”, recuperando-me de cirurgia “tipo masculino” e no passar das horas dos intermináveis dias, reflexões inominadas, não plenas de felicidade, também não cessam.

Verifico que parentes e amigos por razões geralmente decorrentes da vida agitada “não estão nem aí”, sobretudo se o “paciente” já se encontra sob cuidados médicos. Influenciados pela cultura midiática pensam que a medicina tudo resolve e confiam nela e neles religiosamente, seguros que o progresso científico vence todos os obstáculos!

Ledo engano, especialmente no que diz respeito aos facultativos que, contagiados pela rapidez do momento e acumulo de pacientes “não dão conta do recado”, ou não são capazes de dispensar tratamento humanístico recomendável.

Infere-se daí que a pessoa que vier a adoecer vai sofrer na pele os desmandos dessa civilização consumista e utilitarista. Não adianta espernear. Trate de se conformar com os absurdos do cotidiano, pois, os enfraquecidos, desfibrados e acomodados contemporâneos, enquanto tiverem saúde para sobreviverem, ao que parece, não vislumbrarão possibilidades de se safarem do que a maldosa ou inepta sociedade lhes impôs.

Felizmente, dado a absoluta necessidade de nos apegarmos à princípios místicos, nos direcionamos para a religião cristã, apanágio do mundo Ocidental que foi implantada no Brasil, país em que nascemos e vivemos. Assim, relembramos com frequência dos sofrimentos de Cristo (mistérios dolorosos do Rosário), dos esclarecimentos evangélicos de que o seu Reino não é deste mundo e de que não poderemos deixar de pegar a nossa cruz para segui-lo.

E, na ânsia da busca da felicidade, nos confortamos com as palavras do Mestre: Eu vim para trazer vida e vida em abundância. Festejemos: vida em abundância, sem dúvida, não se coaduna com sofrimentos, o que nos obriga a concluir, relembrando o popular ditado de que não há bem que sempre dure e mal que nunca se acabe que a saúde em breve retornará àqueles que dela necessitam ou a aguardam com ansiedade.

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