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Publicado: Sábado, 6 de julho de 2013

Dilma Rousseff

Daqui, da humilde mesa de cronista interiorano, ousa-se formular impressões e parecer sobre a excelentíssima senhora Dilma Roussef, digníssima Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.

Com igual propósito, resultados do que possa advir de lá, da ilha, distante e paradisíaca, da capital do país.

O móvel primeiro da divagação repousa num retrato de uma personagem que, consagrada há pouco tempo com o maior índice de aprovação obtido por chefe da Nação, despenca do conceito geral de uma hora para outra.

Ninguém se faz ruim, nem bom, num passe de mágica. Terá mudado, antes, fundamentalmente, a opinião pública.

Sabe-se que do Hosana ao Barrabás, na boca do povo, é um pulo.

Formular ao repente uma nova imagem de alguém, ao avesso da anterior, tende a ser no mínimo algo precipitado e sujeito a falhas.

Quem era a Presidente do Brasil, ontem?

Quem é a Presidente do Brasil, hoje?

Estaria ela mascarada de um disfarce que somente agora lhe caíra da face?

Com uma resposta sincera a essas perguntas, diga-o a si mesmo.

Pois bem.

Vem a propósito então um questionamento: até que ponto alguém guindado a posto alto, no caso o de maior relevo no País, aí colocado por apoio principal de outro alguém, deve a este fidelidade sempre e a qualquer custo?

A Presidente Dilma talvez se prenda a que o mentor de sua ascensão tenha sido o seu antecessor. Fosse ela na ocasião a escolhida por ele, fosse outro nome qualquer, ganharia a eleição. Trazido o nome da sra. Dilma à candidatura com respaldo daquele proponente, fosse ela ou outro, há de se convir, repita-se, venceria o pleito da mesma maneira.

Seja recordado o avanço de seu nome, de baixa cotação inicial, a sobrepujar o de políticos conhecidíssimos. Fenômeno jamais visto na velocidade de aprovação popular.

Admissível, pois, a sensatez de sua Excelência em não se fazer ingrata ou de caráter amolecido, para poder se desprender das amarras do patrocinador e da fidelidade partidária. Pura refém desse passado inglório.

Aliás, ao que consta, nem seria filiada àquela grei, que a custo de vinte anos galgou o poder. Coligação que se perdeu de todo, afogada pelo poderio e possibilidades imensas, aquele deslumbramento que toda posição de relevo sugere.

Sente-se que o levante cívico das ruas encontrou guarida na comandante do País, que faria tudo para atender seus reclamos. É bem do timbre e tom de sua formação, se belicosa e patriótica, corajosa também, evidenciada nas circunstâncias de um malfadado caça-monstros da desditosa ditadura, da mais triste memória. Aliás, sem memória, eis que dela nada se celebra.  

Aquela alma da Dilma, quiçá algo nublada pelos maus que a rodeiam, se sincera e coerente ela for, em algum momento virá à tona. Há de se lhe soltar tais amarras.

Não se ignore ninguém de que se no passado lutava sob o crivo de baionetas, não menor pressão lhe pesa, esta bem atual, insidiosa e malsã, a de estar rodeada pelos indesejáveis políticos de todos os partidos.

Sobraria de observação sobre a digna mandatária, ter-se apegado a pormenores de requinte e capricho, inerentes ao cargo. Minudências, como adquirir frigideiras de dois ou três mil reais e que tais e tantas.

Pecaditos a que até um santo se sucumbe, conceda-se. Mesmo porque a glória sobe à cabeça, numa celeridade irrefreável.

Também se compreenderia que, presentemente, tenha sentido o gosto da poltrona macia e gabinete amplo, além de viagens perto ou longe. Quem não as terá feito? Culpado mesmo seria o ex Presidente, vaidoso ao extremo, que inaugurou o óbvio conforto de um segundo mandato. Agora, todos que se sentam naquela cadeira de dois braços, muito confortável de amplo recosto, querem mais um pouco de tão atraente conforto. Culpa dele, que inventou a moda.

Retorne enfim esta conversa ao seu alvo, o de uma visão ampla da situação presente.

Perdoem o desabafo.

Na semana passada, já consignada neste espaço, a caricata a figura do Presidente do Senado, qual brasileiro de escol (ufa!), a anunciar projeto, agora em pauta, para recair sobre a prática da “corrupção” a agravante de “crime hediondo”. Do mesmo modo, com todo respeito embora, também nenhuma credibilidade alcança a pretensa boa intenção de Sua Excelência, o Senhor Vice Presidente do Brasil, ao lado do excelentíssimo Senhor Ministro da Justiça, encarregados um e outro, num flagrante sombrio captado pela mídia, de passar às mãos do Senado e da Câmara, para inglês ver, os ditames daquilo do que “eles” consideram uma Reforma Política ideal. Lembraram, com entusiasmo, em jeito de quase advertência, que cabe às assembleias maiores do Brasil o cometimento dessa empreitada. Soou mal essa representação, teatral até. Estariam sorridentes e felizes, mas de uma expressão facial dúbia.

Nunca olvidar, por isso mesmo, que tudo quanto vier das mãos e mente dos atuais políticos, sofre a mais profunda sensação de descrédito e desalento.

Sim, pelo ordenamento jurídico, as iniciativas devem se originar constitucionalmente do Legislativo e não se proclama agora reviravolta, desordem, desrespeito às leis.

Caberia somente e acima de tudo, da parte deles, a criteriosa delegação a nomes notáveis do conhecimento, provenientes de áreas múltiplas e sem cor partidária, para compor o texto de uma reforma que não tenha por princípio a salvaguarda  de um comando duvidoso.

Feitos os estudos, aí sim, a devolução deles ao Congresso para estudar o plano. Ficariam evidentes aos olhos do povo, de pronto, eventuais tentativas pela introdução de medidas disfarçadas, de conveniência própria ou interesseira.

Imprescindíveis tais cuidados.

Eles provaram à saciedade que desmandos e incúrias, cometem sem rebuços. Nenhum crédito se lhes pode dar, para agirem por si e a sós. Paire sobre eles uma eterna vigilância.

Não esqueçam os brasileiros.

Fiquem atentos.

Olho neles!,

Ah, em tempo, seja outro o fecho. Transcreve-se nota apanhada neste instante no “UOL”:

“ O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta quarta-feira (3) que errou ao permitir que sete parentes pegassem carona em um avião da Força Aérea Brasileira para assistir ao jogo da seleção no Maracanã, no fim de semana. Eduardo Alves disse que determinou que sua assessoria avalie o mais rápido possível o valor das passagens do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro para “reembolsar a União”  “

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