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Publicado: Quarta-feira, 13 de abril de 2011

Discorrendo Sobre o Amor - Parte 2

Aquele “conceito” moderno de “fazer amor”, nada mais é, portanto, do que o apetite sensitivo ou concupiscência, a que nos referimos no artigo anterior. Continuando, transcrevemos as lúcidas considerações de outro santo da Igreja: “ò homem, diz São Bernardo, está na tua mão, se quiseres, fazer do teu inimigo teu servo, de forma que todas as coisas volvam em teu benefício:o teu apetite está debaixo do teu domínio e o subjugarás. O teu inimigo pode excitar em ti o sentimento da tentação, mas tu podes, se quiseres dar-lhe ou recusar-lhe o consentimento.” Se permites ao apetite que te conduza ao pecado, então ficarás sujeito a ele e ele te subjugará,porque todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado.(Ob.cit.pg.28).

Continuamos com breves citações: “Não se pode impedir que a concupiscência nasça na alma, mas sim que produza e consuma o pecado. (pg.29). Os movimentos sensuais nunca deixarão de existir. Mas a vontade, superior e forte pode abatê-los e “sentimos o contentamento e a satisfação que causa o prazer do triunfo; porque assim como a posse do bem regozija o coração, a vitória contra o mal alimenta a coragem.” id. pg. 30.

Poderíamos indagar porque nos encontramos sujeitos a esses impulsos tão dominadores e inquietantes. Responde-nos o autor: “É para exercitar nossa vontade e força espiritual, que esta multidão de paixões existe nas nossas almas, Teotimo” (id. pg.30).

Juntarei a seguir outras citações do Tratado, para que o leitor possa entender melhor o conceito de amor. O amor que é a primeira complacência que sentimos pelo bem, como adiante diremos, precede o desejo, porque só desejamos o que amamos. Precede a deleitação..., precede a esperança..., precede o ódio porque não aborrecemos o mal, senão pelo amo que temos ao bem; antes o mal não é mal senão por ser oposto ao bem; acontece o mesmo, Teotimo, com todas as outras paixões ou afetos, porque todos provem do amor como da sua origem e da sua raiz. É por isso que as paixões e afeições são boas ou más, viciosas ou virtuosas, conforme o amor donde procedem é bom ou mau porque este derrama sobre elas por tal modo as usas qualidades, que aparentam ser o próprio amor.” (id. pg. 32).

Mais abaixo: “ A doutrina cristã submete o espírito a Deus, para que o guie e socorra, e submete ao espírito todas estas paixões para que as refreie e modere,  convertendo-as ao serviço da  justiça e da virtude.” “A vontade reta é o amor bom; a vontade má é amor mau; em resumo, Teotimo, o amor domina de tal modo na vontade, que a torna tal qual ele é.” Isto não obsta a que a vontade possa dominar o amor, tanto mais que a vontade só ama quando quer amar, e de que de muitos amores que a ela se apresentam, pode escolher o que mais lhe agrade: doutra forma nem poderia haver amor proibido, nem amor preceituado.”(Pg.33)

(Continua).   

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