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Publicado: Segunda-feira, 14 de março de 2016

Domingo, 13, festivo

A degradação da política, em todos os níveis, chegou a seu ápice e, um a um, conforme se os denuncie, no plano nacional os políticos se socorrem da delação premiada a fim de se por a salvo ao menos proporcionalmente.

Não fora esse expediente jurídico, esquisito mas legal, pouco ou quase nada viria à tona das barbaridades até agora reveladas. Sem se falar que os tonéis de degradação, nenhum deles, tenha sido ainda revelado completamente.

Diferentemente de um saco de batatas, que sacudido se esvazia de vez, os recipientes dos descalabros traduzidos em bilhões custam a se esgotar, como se fossem penas de galinha acumuladas que, sempre sob uma nova sacudidela do recipiente, mais algumas continuam a se desprender.

Malgrado a movimentação nacional, passeatas bem organizadas e sem arruaças e depredações – que significa avanço – quem duvida de que, se perguntado um a um dos participantes, poucos saberiam expor compreensivelmente qual a fundo a situação do Brasil.

Essa afirmação se faz lícita e natural ao se constatar quão rasa ou até nenhuma a formação da maioria do povo brasileiro. Aquilo de unir seus brados em uníssono aos vizinhos, agora se diz foram mais de sete milhões, se perguntados a fundo sobre o mote de sua indignação e por isso mesmo capazes de explicar onde e em que proporção se afunda a calamidade nacional, não saberiam se justificar a contento.

A mole humana se movimenta para cá e para lá e, virtude ou desinformação dos brasileiros, eis que se protesta num clima festivo.

No desatino da condução do país, nisso se há de concordar plenamente, erige-se hoje, salvadora, a atuação firme do Judiciário, até aqui segura e equilibrada. Mas a esse ponto se chegou justamente porque os outros dois poderes, Executivo e Legislativo, de todos os níveis, dos municípios, estados e da federação, atingiram sua total decomposição no apodrecimento moral.

Sim, claro, todos querem ver um novo Brasil.

Uma vez perpetrado o impedimento sob evidência de irregularidade na campanha eleitoral, em que Presidente e Vice foram beneficiados, hão de cair uma e outro. Isso, assim mesmo, sabe-se lá para quando.

Ora, se num futuro pleito nacional ainda for permitida a candidatura de qualquer ocupante de cadeira política entre os atuais, quantos nomes ilesos e limpos sobrariam a merecer votos?

Entenda-se perfeitamente que a varredura precisa continuar e por enquanto, de políticos já na lista da Lava-Jato são aproximadamente sessenta. Além desses, a continuar a limpeza, quem sobrará na peneira?

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