Dona Denise, saudade ...
Foi levada ao seu descanso definitivo, na manhã do dia 21, penúltimo domingo de julho, a conhecida e saudosa senhora, Dona Denise Fávero Salvadori. Querida de todos, não haverá quem dela não se lembre durante sua longa passagem no antigo IAPI, na Praça Padre Miguel, atenciosa e de sorriso aberto a todos os clientes.
A missa de sétimo dia, celebrada pelo Frei Clóvis, ocorreu na Igreja do Carmo, na sexta feira, 27, com grande presença de fiéis, os familiares e amigos.
Sem ter sido propriamente íntimo da família, curiosamente, por várias vezes, se esteve de algum modo vinculado a ela. Na segunda metade da década de sessenta, o cronista, também funcionário daquela autarquia, conviveu de perto com dona Denise. Por cerca de seis meses, em l962, o suficiente para sentir toda bondade que naturalmente emanava dessa criatura alegre e solícita, filha, esposa, mãe e avó.
Antes, porém, por volta do ano de 1956, então funcionário da Câmara Municipal, quando se agregavam no mesmo edifício – a Casa do Barão – o Executivo e o Legislativo ituanos, era visto o seu genitor, ele Contador da Prefeitura, localizado no seu gabinete no térreo, de semblante simpático, talvez embora de poucas palavras, pois a gente o via somente de passagem, no subir e descer a escada. O sr. Francisco Ernesto Fávero passou aos ituanos a imagem daquele cidadão de outrora, pai de família exemplar e profissional competente. Não sem motivo mereceu a denominação para a maior, não na extensão, mas como obra de engenharia notável e de visão futura, a Avenida Francisco Ernesto Fávero, centro referencial do Bairro Rancho Grande.
Olha aí o capricho do destino. Concomitantemente a esse período de serviço na Câmara, eis que se ingressa na Escola Técnica de Comércio “Junqueira Ortiz” e ali, quem viria a ser um dos professores? Exatamente o senhor Décio Salvadori, esposo de Dona Denise, com cujo magistério o aprendizado dos estudantes costuma ir muito além das partidas dobradas dos livros de Contabilidade. Seu Décio ensinava seus pupilos para a vida.
Algo recente, a feliz oportunidade de ter sido convidado a dizer algo sobre ela, Dona Denise, na ceri8mônia de outorga da honrosa Medalha Padre Antonio Pacheco da Silva, a seus filhos médicos. Outro elo, este, ao somar-se aos demais e que se preza com especial apreço e carinho.
O passamento de Dona Denise, portanto, se deixa saudade imorredoura de um lado, conforta e consola sua prole numerosa e os demais familiares e amigos, porque uma criatura dessa estirpe, a esta altura, repousa confortavelmente no lugar que fez por merecer, o regaço do Criador.
Percebe-se então o desvelo natural desta modestíssima homenagem, diante de quanto se viu a vida do escriba influenciada, pelo exemplo de pessoas tão especiais. É certo e definitivo que as convivências, ainda que passageiras, - as boas e relevantes – jamais serão olvidadas.
Dona Denise, muito obrigado.
Saudade.
Descanse em paz.
E certifique-se a sociedade, numa oportunidade destas, de quão diferentes eram as famílias de outros tempos. Não fala aqui o mero saudosismo, nem tampouco deixa-se de estender a homenagem a outras gerações, que souberam e sabem honrar os antepassados. Que no geral sejam entanto outros, os tempos de agora, quem negaria? Serve a citação e o comentário do falecimento de Dona Denise, além de cultuar-lhe a memória, para salientar o quanto por descuido se perde nos dias de hoje.
Ela nos faz lembrar e muito bem das excelências de se carregar pela vida toda uma conduta irrepreensível, penhor que vai dos avós aos netos, ao perpassar pais e filhos.
Respeitosos sentimentos à família.