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Publicado: Quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Duas palavras

 

Não mais que duas palavras, para que não se comece o ano abruptamente.

É curioso até observar de como reage o povo em geral, que se transporta do dia para a noite, do bem para o mal e vice-versa, da euforia para desânimo e assim indefinidamente, num autêntico passe de mágica.

Na tradicional passagem de ano, apenas terminara a soltura dos fogos, caía a última estrelinha fugaz e sumia no etéreo o espoucar do rojão derradeiro, eis que, em seguida a abraços distribuídos a granel, duas pessoas engrossam suas altercações num detalhe fútil, para no fim terceiros, abafadores dos arrufos, também eles trocassem sopapos mil.

O ano de 2012, contava nessa hora, com os seus primeiros quarenta e cinco minutos.

Como precaução, os circunstantes recuaram rapidamente, adultos ao arrastar dali os menores e forma-se então a clássica área livre para a briga, à guisa de arena.

Eis aí o bicho-homem.

Foram prometidas duas palavras. Urge pisar nos freios, de leve, para que também não aconteça parada brusca demais.

Falava-se do bicho-homem.

Deveras interessante a constatação. O pior e mais temível inimigo do homem continua a ser o próprio homem.  Para não ir muito a fundo, diga-se apenasdo que o ser humano não é capaz de urdir contra desafetos ou amigos mesmo,  estes, sujeitos a eventualmente perder seu cargo ou função,  na mira da mesma para si. Ainda mais quando se tratar de alguém que perdera um posto para outrem, mais qualificado. Sai da frente.

Desencontros dessa ordem, parecem contrariar  uma bela mensagem contida na abertura do programa de televisão na Rede Vida, intitulado “Prazer em conhecê-lo”.  Ele preconiza: “Para o homem, o maior espetáculo da terra ainda é o próprio homem”. Exatamente.

Se assim se pensar e reconhecer, quem sabe um dia iriam diminuir as desavenças.

Os animais ferozes, nem são temidos como antigamente, porque se consegue amestrá-los, guardadas algumas reservas e precaução.  Andam aparecendo, por sinal, até em alguns quintais e terrenos baldios, porque se lhes rouba rapidamente o “habitat” natural.

O bicho-homem. Esse infelizmente existe, subsiste e é cada vez mais ameaçador. Assaltantes, corruptos sem conta, descarados e jamais punidos. Por isso mais que nunca se voltou à idade média a proteger-se o homem intramuros. Agora, além de muros altos existem grades em todas as partes, lugares e circunstâncias.

Seria 2012 um Ano Novo?

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