É possível ser otimista!?
Como afirmação ou indagação, a frase tem muito a ver com a nossa vida frente ao mundo de que desfrutamos.
Também não é para menos; parece que a sociedade foi atacada pelo pessimismo que, como uma verdadeira epidemia, tira o sossego, a confiança e a esperança do povo.
O mundo se tornou violento; não que isso seja novidade ou exclusividade dos nossos dias, mas a violência nunca foi tão mostrada: os meios de comunicação se servem dela para preencher seus horários e é quase impossível assistir aos telejornais recheados de violência, medo, tensão, corrupção, desvios, etc...
Não há dúvida que é preciso descobrir, analisar, alertar, denunciar..., mas só isso? Acabamos perdidos em meio a tanto conteúdo negativo. Até parece que não há mais nada de positivo para mostrar, para aliviar as tensões e os problemas naturais do dia a dia.
Os desvios, os vícios e as deformações humanas são itens principais da maioria dos nossos programas.
Os filmes estão repletos de violência, mesmo os infantis. Os programas humorísticos fundamentam-se em situações anormais e em personagens com algum desvio, alguma limitação, alvo de gozações. As relações humanas apresentam-se ridicularizadas; as emoções servem de chacota; o sexo, o erotismo são tratados com desdém...
As novelas cuidam de esconder o ideal, o normal. Difícil um enredo onde o romantismo da vida e das relações seja exaltado. Ao contrário, sobram cenas de violência, disputas, traições, volubilidades, falta de respeito, prazer animalesco. Quase não conseguimos ver uma relação estável, um casamento normal, um lar solidamente construído em cima de valores duradouros.
Será então, que gostamos do negativo, da violência, da discórdia? Tudo isso está aí, sobrevivendo, aumentando graças a nossa concordância... e é isso que preocupa. Estamos mudando o que pensamos da vida e da sociedade; estamos aceitando que a nossa vida seja conduzida pelo que chamam de “realidade”, estamos acomodados diante do que nos mostram e nos impõem como normal, pois queremos ficar de acordo com o mundo...
Diante desse cenário, será possível ser otimista, esperar que “dias melhores virão”? É claro que sim, é claro que com algum sacrifício, com determinação e com mudanças. É preciso redescobrir as coisas boas e positivas que estão aí. É preciso mostrá-las, incentivá-las, para que apareçam e façam frente às negativas. É preciso apoiar as iniciativas boas, prestigiar os bons filmes, os bons programas que sobrevivem graças ao esforço e à teimosia de alguns heróis anônimos. É preciso oferecer resistência pacífica e inteligente contra os “urubus” que vivem das “carniças” sociais. É preciso boicotar programas e iniciativas sociais ou legais que tentem mudar costumes naturais e sadios... É preciso ser firme e mudar de canal ou mesmo desligar a TV se preciso for! É preciso dar exemplo aos nossos filhos, as grandes vítimas desse lixo moral que nos é mostrado. É preciso evitar que tudo chegue a um ponto “sem volta”. Precisamos saber que os vícios apresentados na televisão (especialmente nas propagandas e novelas) e tratados como algo prazeroso e realizador influenciam fortemente nossos filhos.
Precisamos nos unir para diminuir a distância entre o que queremos e o que vemos. Podemos fazer a diferença...ainda que pouco a pouco... “Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer pouco.” (Edmund Burke)
O otimismo é possível, se o desatrelarmos das dificuldades, contratempos, fracassos e até das doenças, coisas que fazem parte da vida.
Vamos pedir à Virgem que nos ajude a sermos pessoas otimistas, alegres, bem humoradas, fundamentadas na esperança em Deus Nosso Senhor.
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- valdomiro carezia