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Publicado: Quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ele vai sorrir

O encontro entre pessoas conhecidas é usualmente saudado com o clássico “Como vai?”  ou  “Tudo bem?”, seguido de aperto de mão ou abraço.

Se a intimidade for maior, o amplexo é mais demorado e percebem-se, o amigo ou a amiga, efusão diferenciada. Demonstração de afeto, mais forte e feliz.

Num crescendo de amizade, os contatos podem se completar com um delicado beijo na face; ou dois, por se estender a ambos os lados.

Embora essa última prática entre os argentinos, por exemplo, esteja amplamente assumida – o calor ao rever amigos – chama a atenção o hábito de sempre haver mesmo um beijo na face, entre eles – rapazes ou senhores.

Com os brasileiros, conquanto não cheguem a tanto, já não são poucos os habituados a um respeitoso ósculo mútuo.

Esta modalidade de consideração é hoje trazida aberta e ostensivamente à coluna semanal, para em primeiro lugar enaltecer toda forma de apreço e bem querer das pessoas entre si. Se elas se veem constantemente, até justamente por isso, há que se alegrar nos cumprimentos, o mais afetuosamente possível. Aliás, a decência e a educação próprias de cada um, lhes darão a medida dessa manifestação. Nunca, porém, se furtem a uma saudação sincera e ampla, sem acanhamento.

Pois bem.

Até aqui as ponderações se inclinaram na direção de mostrá-las totalmente positivas a um bom relacionamento em geral.

É preciso cogitar, ainda, daquela aproximação espontânea e maior – e aí então até uma questão de pele – costumeira no âmbito de laços familiares.

Quando um casal deixa de se abraçar todos os dias e inclusive mais vezes, é mau sinal. Desagradável dizê-lo, mas uma dura realidade.

Pais e filhos, marido e mulher, avôs e avós, cunhados e primos, afilhados e padrinhos, ao se avistarem, em qualquer lugar, sejam os artífices de um abraço mútuo carinhoso, quente e solto. Pele contra pele, frontes estreitadas; que se quedem, sem pejo, abraçados, para somente depois se soltarem.

E, agora, só para ilustrar – o reverso.

Primeiramente, o caso dos celulares, que o coloca, leitor, ao alcance de todos e todos à sua mercê. Bonito, prático, mas objeto sempre à distância e sem nenhum afago.

E os ditos “e-mails”? Responsáveis diretos e cruéis de encurtar a possibilidade de visitas e recados ao vivo. No mundo desvairado dos negócios, vá lá. Quer algo mais sem graça, pelo menos entre moradores de cidades médias e pequenas, do que a permuta de informações sem se verem às vezes semanas a fio?

A informática e a tecnologia – que transformaram o mundo numa aldeia – ao lado da praticidade sob certos aspectos e distâncias, infelizmente afasta e minimiza a presença física.

Queridos leitores.

O Natal que aí está, este de 2012, inspire que todos se abracem e sintam-se tocados e cujos corações batam fortemente no compasso dos parceiros.

Haja definição por parte de homens e mulheres, de se tornarem verdadeiramente amigos, sob o olhar do Menino Deus.

Se tal acontecer, podem acreditar.

Ele vai sorrir na sua humilde manjedoura.

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