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Publicado: Segunda-feira, 16 de julho de 2007

Enfim, livres!

E veio a sonhada abolição.
Não havia mais escravos nem senhores, todos eram livres e podiam ir para onde quisessem, mas, deslumbrados com a recém adquirida liberdade, não sabiam muito bem o que fazer com ela.
Muitos saíram pelo mundo sem ter para onde ir, não encontraram quem os empregasse, passaram necessidades e acabaram virando ladrões e assassinos.
Na Fazenda São Geraldo, o Coronel reuniu os escravos e contou-lhes a novidade. Todos estavam livres para fazer o que quisessem. Quem quisesse continuar lá, ele os empregava e quem preferisse ir embora podia ir. Disse que ninguém precisava sair correndo. Mesmo quem quisesse partir, podia ficar até arranjar para onde ir. Disse que ele pessoalmente estava contente porque sempre achou que todos deviam ser livres e agradecia a todos pela ajuda que lhe tinham dado. Disse que tudo que conseguiu na vida fora à custa do trabalho deles. Falou bonito! Teve nego que até chorou.
O Dito com a Dorotéa foram embora. O Dito era aventureiro. Queria conhecer o mundo e achava que podia enfrentar todas as dificuldades para ser realmente livre.
Nunca mais o Buscapé soube deles.
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