Ensino superior no Brasil

Segundo o Censo da Educação Superior, divulgado pelo MEC em novembro passado, o número de alunos matriculados no ensino superior brasileiro mais do que dobrou na década passada. Entre 2001 e 2010, houve um crescimento de aproximadamente 110% no número de matrículas em todo o país. Com isso, o número de matrículas no ensino superior brasileiro chegou à faixa dos 6,3 milhões. Desse total de estudantes, 4,7 milhões estão matriculados na rede privada e 1,6 milhões na rede pública. O crescimento na rede privada foi de aproximadamente 126%, enquanto que na pública o percentual ficou próximo de 74%. Contribuiu mais significativamente para isso a expansão do ensino à distância, bem como a do ensino tecnológico (são os cursos com até 3 anos de duração).

Com esse número, a taxa de matriculados no ensino superior brasileiro deve ter atingido o percentual da ordem de 15% dos jovens na faixa de 18 a 24 anos, que é a idade típica para os estudos universitários. Apesar do crescimento em termos absolutos, a taxa pode ser considerada ainda pequena, na medida em que em países vizinhos nossos, tais como Argentina e Chile, esse percentual já está num patamar da ordem de 35%. Em países europeus considerados desenvolvidos, bem como nos EUA, o percentual já tinge patamares bem mais elevados, da ordem de 85%. Outro dado que merece reflexão é o fato de que, apesar do aumento de 145% no número de formandos no ensino superior, caiu o número de formandos em relação ao de ingressantes.

Em 2010, o número de concluintes foi de 46% dos ingressantes quatro anos antes, sendo que em 2005 essa taxa foi de 51%. Para os especialistas, isso significa que há problemas na qualidade das aulas e na assistência ao aluno, pois quando essa taxa cai a evasão e/ou a reprovação aumentam. Ainda que haja necessidade de crescimento, os números merecem comemoração, tendo em vista que o caminho para o pleno desenvolvimento do país e a melhoria da qualidade de vida da população passa, necessariamente, pela ampliação do acesso à educação.