Entre frutas e samambaias
Não sei quem começou o modismo de apelidar mulheres com nomes de frutas. Temos exemplos vários, utilizando a melancia ou a pêra, a maçã ou o melão. Existe até uma tal de “mulher jaca” que, imagino, deve ser toda cheia de gomos.
Alguns acham vulgar tal associação. E confesso que parei de frequentar a feira do Mercadão porque sempre me fazia lembrar do assunto. Apesar de atender ao gosto popular por brincadeiras, trata-se de mais uma forma de desvalorizar a mulher em nossa sociedade.
Afinal, o que é uma fruta? É algo presente na natureza e que para o ser humano serve de alimento. Com ela fazemos sucos, bolos, doces. O que se faz com a fruta é extrair o que tem de melhor e enquanto dure sua utilidade. Depois disso é inutilizada, sobram apenas o bagaço e o caroço.
Inconscientemente, eis a associação que a brincadeira faz com as mulheres. São úteis enquanto belas. São aproveitáveis enquanto nos têm algo para dar. Depois podem ser descartadas, jogadas fora sem dor na consciência. Pode ser que eu esteja indo fundo demais nas reflexões. Mas não deixo de ter certa razão.
Ao menos o corinthiano Dentinho resolveu namorar com a Mulher Samambaia, que não é fruta. Sendo planta, necessita de um toque de carinho. Samambaia a gente rega, a gente poda, a gente aduba. Em contrapartida ela fica linda, enfeita o ambiente, enche nossa vida de beleza.
Ai, ai... Como eu queria ser “simpático” igual ao Dentinho!
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- salathiel de souza