Entregar ou não?
No domingo, dia 16 de março, o Ituano enfrenta o São Paulo no estádio do Morumbi. Poderia ser mais um simples jogo do Campeonato Paulista, mas não será. Tudo isso porque o Galo de Itu briga com o Corinthians por uma vaga nas quartas-de-final da competição e a torcida do Tricolor esperava desde 2004 por uma oportunidade de complicar a vida do maior adversário.
Há dez anos, o Corinthians estava numa situação muito difícil. Perdeu várias partidas e se complicou no Paulistão. Na última rodada da primeira fase, caso o São Paulo perdesse do Juventus, o Timão seria rebaixado para a Série A-2 da competição – algo que nem mais anti-corintiano do mundo poderia prever. Mas Grafite fez seu papel de atacante e deu a vitória ao Tricolor – além de salvar o alvinegro.
A torcida do São Paulo jamais perdoou o atacante por conta disso. Afundar o grande rival seria, pelo menos na cabeça do torcedor fanático, maior que um título. Mas no meio do futebol ainda existe o profissionalismo. Atletas ganham fortunas para vencer jogos, não perder. Além disso, também há o coleguismo entre os jogadores – que independe da camisa vestida. Entregar um jogo é algo que o profissional não pensa.
Mas chegamos ao cenário de 2014. A situação aqui é diferente. O Corinthians não corre risco de rebaixamento, mas sim de ficar fora da segunda fase do Paulistão. Caso o São Paulo “entregue” para o Ituano, estaria eliminando um forte candidato ao título – pois, todos sabem, o Timão cresce nos momentos decisivos. Já classificado, a partida do Morumbi poderia também ser uma oportunidade para Muricy dar ritmo aos reservas.
A ética e a moral são coisas muito questionáveis no meio do futebol. Times se aproveitam de brechas no regulamento para escapar da degola, jogadores forçam cartão para não ficarem de fora de partidas importantes, simulam pênaltis e faltas, enganam a arbitragem de várias formas... Enfim, não é um mar de rosas. Por isso não me surpreenderei com nada na partida de domingo. Inclusive que o São Paulo jogue para vencer.
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