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Publicado: Quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Espontaneidade

Vai você a uma festa de bodas e de um modo geral são previsíveis todos os seus atos e passos.

Do convite atencioso ao envio do presente costumeiro, a fase primeira, apesar de que a criatividade ao presentear perdeu encanto, depois do advento das tais listas.

Enfim, chega o dia.

Em se tratando de casamento ou bodas ou simples comemoração de aniversário, tudo toma tom alegremente festivo. Alinham-se os homens nos seus ternos e gravatas e as senhoras e senhoritas enfeitam na verdade os ambientes, além de sua graça pessoal, através de vestes belas e diferenciadas, umas e outras a querer sempre se salientar. Válida essa moda sadia e que elas realmente exercitem sua auto-estima e queiram vestir-se bem.

Gozado.

O leitor talvez já pergunte para que ponto esta crônica quer levá-lo.

Se assim pensou, acertou o alvo.

Discorre-se aqui sobre um evento relativamente recente e noutra cidade, sem a possibilidade de identificação de pessoas e nomes. Mesmo, porém, que eventualmente se adivinhasse de quem e de quais amigos se fala aqui, nada demais. A crônica labora exatamente nos fatos positivos de um encontro social do maior bom gosto e, talvez, justamente, porque nele a simplicidade se sobrepôs à pompa.

É esse o fundamento e o escopo da narrativa.

Não é comum que a cerimônia religiosa se destaque e seja priorizada, como nesta situação. Deu-se ao ato cristão toda a importância de que ele se reveste. Desse modo, naquela noite, tudo concorreu para aquecer o coração e a mente das pessoas. A autoridade religiosa que presidiu o enlace foi de uma inspiração extremamente feliz e, com a simpatia que o caracterizava, soube trazer um pouco do céu e de Deus Nosso Senhor, bem pertinho de todos. Sua fala, nem se pense por isso, tenha sido só de afagos e pensamentos colhidos diretamente da Bíblia. Desceu à realidade e à dificuldade dos dias atuais em relação ao casamento em que, sabidamente, nem tudo serão eternamente flores. No fundo, suavemente, um conjunto de duas vozes afinadas, orientadas pelo teclado, flauta e violino, concorreu muito para tão felizes momentos naquela igreja bela e sóbria. Um templo convidativo para nele se estar, aconchegante sobretudo.

A esta altura, certamente que ninguém negaria ao evento o tom de surpresa, pois, todos em princípio esperavam algo comum e rotineiro. O usual, digamos. Não foi. Uma reconfortante surpresa, isto sim.

Não parou por aí.

Ato contínuo, a confraternização.

De regra, comes e bebes, salgados e bebidas, bolo e doces, lembranças e que tais. Sem dúvida de que pelo fato de nessas horas encontrarem-se pessoas oriundas dos mais diversos lugares, costuma ocorrer também a oportunidade de amizades novas. Entre os muitos contatos, interessantes todos, sempre surge um contador de “causos”. Horas de descontração, que dizem de quanto vale todo ser humano, cada um a seu modo. Na sua individualidade, todo cidadão tem o que dar de si e com qualquer pessoa sempre existe algo a aprender.

Em resumo e finalmente, foram momentos especiais de cordialidade e bem querer, nos  quais a mera afetação e a falsa amizade não tiveram vez.

Tem razão o Brancato, da Rede Vida, no seu programa de entrevistas dos domingos à noite, ao qual sabiamente incorporou este corolário:

Para o Homem, o Maior Espetáculo da Terra ainda é o Próprio Homem.

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