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Publicado: Quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ética no futebol: lenda urbana?

Crédito: Ari Ferreira / Lancenet! Ética no futebol: lenda urbana?
Kleber tem razão, antiético é fazer cera

A ética é algo de difícil compreensão. Na faculdade de Jornalismo aprendi isso (quer dizer, tentei), mas com a visão da profissão, sem lembrar que ela vale para a vida toda. Dois casos nesta semana me fizeram refletir sobre o tema – e os dois são relacionados ao Palmeiras.

O primeiro foi a não-contratação do meia uruguaio Alejandro Martinuccio, destaque do Peñarol no vice-campeonato da Copa Libertadores, pelo clube alviverde. O jogador tinha um pré-contrato assinado (realizado quando o atleta possui vínculo com outra agremiação, prestes a ser encerrado) com o Verdão e acabou acertando com o Fluminense.

A proposta financeira do clube carioca foi bem superior, não tinha como comparar com o valor oferecido pelo Palmeiras. Mas cadê o compromisso? Cadê a responsabilidade do atleta? Cadê a bendita ética? Ninguém sabe, ninguém viu. Deve ter ficado no Rio da Prata. O time de São Paulo irá até a corte arbitral da FIFA para que resolva esse imbróglio, mas a entidade máxima do futebol é mais suja que essa confusão.

O outro caso da semana foi a tão comentada “falta de Fair Play” de Kleber, atacante do Verdão que, por sua vez, era alvo de outra confusão que nem vou comentar para não me estender. Pois bem, o “Fair Play” é o jogo limpo instituído pela FIFA (bah, que ironia). O Gladiador palmeirense não estava nem aí pra isso, pegou a bola e foi para cima da defesa do Flamengo. A confusão só não foi maior pela falta de mira do atacante.

Quem tinha razão em cada caso? Quem é o errado? Você leitor, qual seria sua ação?

Volto a escrever: ética é algo de difícil compreensão. Minha opinião (que não vale muita coisa, diga-se de passagem):

Caso Martinuccio: o jogador uruguaio não deveria ter assinado um pré-contrato com o Palmeiras. Mas, já que assinou com o Flu, deveria arcar com as cláusulas estabelecidas no termo assinado junto ao Palmeiras. Simples. Faltou ética? Sim, mas quem disse que o existe ética no futebol?

Caso “Fair Play”: Tô com Kleber e não abro! Essa história de jogo limpo é uma grande farsa! Na maioria das vezes o clube que pede “Fair Play” está fazendo cera para manter o resultado – neste caso, o empate fora de casa para o Flamengo era um bom placar. Isso é ético?

Resumindo todo esse amontoado de pensamentos descartáveis: a ética no futebol é a bola na rede, nada mais que isso. O resto é lenda urbana.

Finalista “made in Paraguay”

Você já deve ter tido aqueles brinquedos falsificados vindo do Paraguai, que não duravam mais de uma semana, não? Pois bem, o novo artigo “made in Paraguay” é o futebol da seleção daquele país, que empatou os cinco jogos que disputou nesta Copa América e está na final da mesma. Não tem mais bobo no esporte bretão? Não, estão faltando os espertos.

Mano fica

Muito se disse sobre a eliminação da seleção brasileira da Copa América, principalmente de uma eventual demissão de Mano Menezes do cargo de treinador. Não é o momento. O Brasil ainda tem muito a jogar para ser definido como uma equipe. Quando isso acontecer e o resultado em campo não vier, daí poderão colocar a cabeça do treinador gaúcho à prêmio.

Festa estranha

A Copa América está me lembrando um trecho da música “Eduardo e Mônica”, da Legião Urbana. A competição é “uma festa estranha, com gente esquisita”. Os quatro semifinalistas foram azarões. A maior surpresa talvez tenha sido a Venezuela que, sem exagero algum, pode ser chamada de melhor seleção vinho tinto da história. Por extrema infelicidade, foi eliminada pelo futebol “made in Paraguay”. Mas na final não terá surpresa, nem gente esquisita aparecendo. O Ururguai vencerá. A conferir.

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