Família, Santuário da Vida, Berço dos Valores!
"À família estão vinculados os valores fundamentais do ser humano e os mais sagrados direitos e deveres do cristão." (João Paulo II)
Em uma de suas homilias, o Pe Melchert, motivado pelo Milagre das Bodas de Caná, lembra a intercessão de Maria por uma família em dificuldades. Lembrou ainda que também na nossa vida, na vida das famílias "está faltando vinho". Mais, que os verdadeiros valores estão virando água: a consciência, a ética, a moral, a decência, a honestidade, a religião, o amor, a solidariedade, a misericórdia, a caridade, precisam ser novamente transformados em vinho... Maria recomendou e ainda repete que é necessário "fazer o que Cristo nos disser!".
Somos obrigados a concordar que a Vida está ameaçada em todos os seus valores, em todas as suas dimensões, ameaçada já no seio da família. Não faltam os mal intencionados, interessados em destruir os valores da família já que estes opõem forte resistência aos seus propósitos... Destrua a muralha da família e o caminho estará aberto... o resto é questão de tempo...
Estamos precisando de vinho, do vinho saboroso da família unida na amizade dos familiares, alicerçada nos valores cristãos, nutrida na fé inabalável que depositamos em Cristo - e nas pessoas -, na esperança de dias melhores porque podemos fazer com que eles sejam melhores. É preciso escutar o que Cristo tem a nos dizer, e fazer tudo o que está ao nosso alcance. Cada família precisa fazer a sua parte.
Família é vocação, é missão. A família cristã, fundada no Matrimônio Cristão, é compromisso com Deus, com a Igreja, com a comunidade, com os filhos...
A Vida quer e precisa brotar na família. O próprio Deus quis que seu filho nascesse em uma família. Não há outra maneira, nem outro ambiente mais natural, humano e divino de gerar vida, vida desejada, pensada, acolhida, cuidada; vida que tem história, que tem futuro... Vida gerando vidas, amor gerando amor!
Matrimônio, Família, algo que se constrói, que não vem pronto e acabado, mas resultado de pequenas partes do nosso dia-a-dia, do nosso empenho, da nossa dedicação, do nosso querer, do nosso lutar. Veja o que diz a Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa "A Família, esperança da Igreja e do mundo" em relação aos valores constitutivos da família: "A comunhão familiar só pode ser conservada e aperfeiçoada através de um esforço quotidiano de todos os membros da família."
Família - comunhão de pessoas, de vidas unidas por laços fortes e indestrutíveis; vidas que se completam e se complementam. Vidas de pessoas felizes porque vivem um para o outro, porque há partilha, há generosidade, há compreensão. Porque há soma de esforços, lutas e sacrifícios, soma de sonhos e projetos.
Defensora incondicional da vida, da vida plena, a família será sempre o primeiro lugar onde seus membros, pais e filhos, feridos ou debilitados, podem encontrar acolhida, renovação e segurança emocional - exortam os bispos católicos da América. A família é um verdadeiro porto seguro da vida, onde não deve faltar proteção contra os múltiplos ataques a que está exposta.
Existem muitas maneiras de um homem e uma mulher se relacionarem e até de conviverem intimamente. Existem muitas circunstâncias que podem trazer alguém à vida. Existem muitas maneiras e ambientes para que cresçam nossas crianças, adolescentes e jovens. Existem muitos modos e maneiras de "formá-los" e de "educá-los"... Mas a família é a única instituição que reúne tudo isso, de modo natural e harmônico.
Falando para os Bispos de Minas Gerais e do Espírito Santo assim se expressa o papa: "Célula originária da sociedade e «Igreja doméstica» (LG, 11), a família sempre constituiu o primeiro âmbito natural da maturação humana e cristã das novas gerações, formando-as para os valores cristãos da honestidade e da fidelidade, da operosidade e da confiança na divina Providência, da hospitalidade e da solidariedade; hoje, porém, tem necessidade de um apoio particular para resistir às ameaças desagregadoras da cultura individualista."
Ainda reportando-se à crise de valores morais por que passa a nossa sociedade, acrescenta: "Na base da crise, percebe-se a ruptura entre a antropologia e a ética, marcada por um relativismo moral segundo o qual valoriza-se o ato humano, não com referência a princípios permanentes e objetivos, próprios da natureza criada por Deus, mas conforme a uma ponderação meramente subjetiva acerca do que é mais conveniente ao projeto pessoal de vida. Produz-se então uma evolução semântica em que o homicídio se chama morte induzida, o infanticídio, aborto terapêutico e o adultério passa a ser uma simples aventura extramatrimonial. Não havendo mais certeza absoluta nas questões morais, a lei divina torna-se uma proposta facultativa na oferta variegada das opiniões mais em voga."
Não podemos esquecer que só as coisas têm preço; já as pessoas têm dignidade! Enquanto para a sociedade a pessoa é um ser anônimo - e muitas vezes "coisificada", transformada em objeto -, na família é alguém, tem sua dignidade reconhecida e valorizada.
A família é apoio à pessoa, desde a concepção e por toda a sua existência.
Cabe à família aprender, viver e ensinar os valores. Só pela prática, pelo testemunho, os valores podem ser aprendidos, assimilados e, assim, colocados na vida.
"Acreditar na família é construir o futuro!"