Família e Educação: As Verdadeiras Leis
Não se trata de conservadorismo e nem vasculharei estatísticas de trinta anos atrás. Mas pense: o presente é resultado de um passado recente. Assim, questões sociais que hoje nos atormentam são conseqüências de um contexto do qual já fizemos parte. É uma questão de análise de fundo. Basta olhar para trás e conferir. Acontece que as pessoas andam com muita preguiça para virar o pescoço.
Na década de 1980, nossa sociedade preocupava-se em manter seu emprego, pagar as contas, comprar bens de consumo e alimentos. Era um tempo de mais escassez e quem se lembra dos governos Sarney e Collor sabe o que digo. Mas os tempos mudaram.
Hoje há fartura de produtos e as prateleiras de supermercados vivem abarrotadas de opções. Há mil áreas de atuação no campo de trabalho. E mesmo assim as pessoas continuam lutando para manter seus empregos e pagar as contas, entre outras preocupações. Como cantaria Léo Jaime: “Uou, uou, uou: nada mudou!”.
O que mudou para que hoje as coisas estejam tão diferentes? Consumo desenfreado, competição no mundo do trabalho em níveis altíssimos de concorrência, inadimplência crescente, sensação constante de insegurança, índices de violência em patamares alarmantes?
Penso que tudo isso seja fruto da desestruturação da Família enquanto instituição humana e do sucateamento da Educação brasileira. Antes de fazermos nossas escolhas (quaisquer escolhas), somos apenas aquilo que aprendemos a ser. E a formação para a vida se aprende primeiro na Família (“Educação vem de berço”), complementada posteriormente pela Escola (“Nossa segunda casa”).
Lembre-se dos seus tempos de ginásio. Havia violência juvenil. Mas em vez de a classe inteira ser um problema, havia apenas uma ou duas crianças com tendências criminosas. Os professores eram respeitados e o investimento em Educação era melhor, o que garantia as condições de trabalho.
No que diz respeito à Família, marido e mulher cumpriam com suas responsabilidades. Às vezes até mesmo ao custo do sacrifício próprio, pois o sentido de ser pai ou mãe é justamente este. O casamento não era banalizado, mas vivido de modo sério. E os filhos, frutos desses relacionamentos, não se sentiam à margem, jogados de um canto para outro, em meio a conflitos que não entendiam e que viriam a gerar uma série de carências e distúrbios.
Há uma onda crescente de reinventar leis, aumentar o rigorismo e punir quem não tem realmente condições de se defender. As leis já existem, o que falta é aplicá-las. O rigor não deve ser confundido com vingança coletiva de bárbaros moderninhos.
Agora não adianta chorar o leite derramado: enquanto não voltarmos a valorizar, com seriedade, o papel da Família e da Educação em nossa sociedade, os problemas de hoje tendem a perdurar no futuro próximo. E talvez essas reflexões sejam necessárias não para o benefício dos nossos filhos, mas, infelizmente, apenas para o dos nossos netos.
Amém.
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