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Publicado: Terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Família humana, família de Deus

Deus criou a família humana e ela permanece em Seu coração.
 
Vamos iniciar nossa reflexão com um trecho da música “Pilares”, do gaúcho Miro Saldanha, que aborda a decadência das relações familiares e morais.
 
“Me ajuda Pai! quero criar meus filhos
do jeito que meu pai criou a mim!
Me ensina a vencer tantos empecilhos
e acreditar no certo até o fim!
 
Que a força da verdade ainda vale
do jeito que valia lá de onde eu vim!
Pois temo que meu filho, um dia fale:
verdades mudam, pai, não é assim!
 
Do tempo em que se amava uma vez só;
disseram que eu revisse os meus conceitos
pois tudo o que está velho vira pó.
 
Vejo meninas moças se vendendo,
já cegas pelo brilho dos anéis!
Casamentos de amigos se perdendo
jogados pelo ralo dos motéis!
 
Não deixa, Pai, que caiam os pilares!
os poucos que ainda estão de pé;
lá fora, a droga ronda nossos lares;
e eu vim aqui pra não perder a fé!”
 
Verdades preocupantes que, infelizmente precisam vir à tona, desacomodar as famílias, provocar mudanças. O papel e a importância da família continuam os mesmos; o desastre está em ignorar isso.
        
Quis Deus que seu Filho habitasse a terra no seio de uma família. Uma família como tantas outras, mas que se tornou especial ao acolher o próprio Deus. Isso significa que toda família pode ser especial pela presença de Deus em seu meio. Cabe então perguntar: Como é a nossa família? Quanto ela se assemelha à Família de Nazaré? Estamos cumprindo nosso papel doméstico, social, espiritual? Somos realmente família de Deus?
        
A liturgia da celebração da Sagrada Família, todo ano nos traz sábios conselhos: aos filhos, o dever de honrar, respeitar e amparar os pais; às esposas e aos maridos, o amor mútuo e a prática do perdão; aos pais, a atenção e os cuidados necessários aos filhos.
        
Como vemos, essas considerações abordam questões do relacionamento familiar, tendo em vista o que Deus deseja para a família humana.
        
Estamos diante de uma revolução social que ameaça fortemente a célula familiar.
        
A família é presença, educação, formação, civilização. É missão insubstituível dos pais “tirar” os filhos do estado animal para um estado racional, para que aprendam a agir como ser humano.
        
A família se constrói com a colaboração de todos, sem o que “trincas graves” atingem esse edifício sagrado. A teia familiar acaba dominada pelos caprichos ora dos pais, ora dos filhos, pela individualidade, intolerância, incompreensão, frieza de sentimentos, desunião, separação, destruição.
 
Busquemos a santificação do nosso lar, da nossa família, pela presença de Deus e pelo nosso empenho.
 
Em sua obra “Falar com Deus” Francisco Fernández-Carvajal, lembra a família de Jesus: sagrada, santa, exemplar, modelo de virtudes humanas, disposta a cumprir com exatidão a vontade de Deus. O lar cristão deve ser imitação do de Nazaré: um lugar onde Deus caiba plenamente e possa estar no centro do amor entre todos. E pergunta: é assim o nosso lar? Dedicamos-lhe o tempo e a atenção que merece? Jesus é o centro?
 
A família é escola de virtudes e o lugar habitual onde devemos encontrar a Deus. “A fé e a esperança têm que manifestar-se na serenidade com que se encaram os problemas, pequenos ou grandes, que surgem em todos os lares, no ânimo alegre com que se persevera no cumprimento do dever. Assim, a caridade inundará tudo e levará a compartilhar as alegrias e os possíveis dissabores, a saber sorrir, esquecendo as preocupações pessoais para atender os outros; a escutar o cônjuge ou os filhos, mostrando-lhes que são queridos e compreendidos de verdade; a não dar importância a pequenos atritos que o egoísmo poderia converter em montanhas; a depositar um amor grande nos pequenos serviços de que se compõe a convivência diária. Santificar o lar, dia a dia; criar, com o carinho, um autêntico ambiente de família...” (São Josemaria Escrivá).
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