Publicado: Segunda-feira, 25 de junho de 2007
Flores que florescem no outono
O tema que não me sai da cabeça nesses últimos dias é o vergonhoso reajuste de 91% autoconcedido pelos nossos congressistas, e que provocaria a elevação do valor dos subsídios dos senadores e deputados federais de R$ 12.847,00 para R$ 24.500,00. Mas, como estamos em tempos de Natal e de Novo Ano, pensei que seria mais interessante escrever alguma coisa sobre solidariedade, irmandade, companheirismo, amizade, enfim, sobre esses nobres temas que deveriam permear nossas ações em todos os dias do ano.
Bem, dias desses, após a publicação de um texto que enviei ao jornal, recebi um e-mail de uma leitora itatibense de nome Ana Maria. O texto dizia o seguinte: “Caro amigo, sinto que posso chamá-lo assim, pois em todos os finais de semana sei que conversamos através de sua coluna no Caderno Especial de Domingo. Você sempre tem algo interessante a dizer. O que mais me impressionou ao ler o texto “A procura de um amor” é que o senhor descreveu exatamente o que penso a respeito do amor. Não só eu, como tantas pessoas que ainda acreditam nele. Parabéns por seu modo tão terno de escrever. Adoro ler sua coluna. Obrigada e um grande abraço”.
Creio que é dispensável dizer que adorei o e-mail da Ana Maria; não há quem não goste de ser elogiado. Nesses quase quinze anos de ofício em jornais, já recebi vários e-mails ou cartas, a maioria deles com elogios, e uma minoria com algumas críticas: faz parte do ofício.
Mas, voltando ao texto da Ana Maria, quando o recebi fiquei pensando nele por uma meia hora. Permaneci refletindo sobre como é interessante escrever sobre um tema, colocando ali algumas reflexões e transpirações, e depois saber que tudo aquilo tem sintonia com o que outra pessoa pensa e sente. Como é bom encontrar pelas nossas sendas pessoas que pensam como a gente, que têm os mesmos sonhos ou as mesmas utopias. Isso me faz crer que, um dia, esses sonhos deixarão de ser só sonhos e se tornarão realidades.
Assim, fiquei divagando e pensei em escolher algo para dar de presente de Natal para a Ana Maria. Pensei, pensei e resolvi transcrever a letra de uma belíssima canção, sob título “Cantor de Ofício”, de autoria de A. Morelli e que é brilhantemente interpretada pela Argentina Mercedes Sosa e também pelo grupo Raíces de América.
“Mi oficio de cantor es el oficio / De los que tienen guitarras en el alma / Yo tengo mi taller en las entrañas / Y mi unica herramienta es la garganta. / Mi oficio de cantor es el mas lindo / Yo puedo hacer jardin de los desiertos / Y puedo revivir algo ya muerto / Con solo entonar una cancion. / Yo canto siempre a mi pueblo / Porque del pueblo es mi voz / Si pertenezco yo al pueblo / Tan solo del pueblo sera mi cancion. / Nadie debe creer que el cantor / Pertenece a un mundo extraño / Donde todo es escenario y fantasia / El cantor es un hombre mas que anda / Transitando las calles y los dias / Sufriendo el sufrimiento de su pueblo / Y latiendo tambien con su alegria. / Mi oficio de cantor es tan hermoso / Que puedo hacer amar a los que odian / Y puedo abrir las flores en otoño / Con solo entonar una cancion. / Yo canto siempre a mi pueblo / Porque del pueblo es mi voz / Si pertenezco yo al pueblo / Tan solo del pueblo sera mi cancion.”
Um abraço, Ana Maria!
“Mi oficio de cantor es el oficio / De los que tienen guitarras en el alma / Yo tengo mi taller en las entrañas / Y mi unica herramienta es la garganta. / Mi oficio de cantor es el mas lindo / Yo puedo hacer jardin de los desiertos / Y puedo revivir algo ya muerto / Con solo entonar una cancion. / Yo canto siempre a mi pueblo / Porque del pueblo es mi voz / Si pertenezco yo al pueblo / Tan solo del pueblo sera mi cancion. / Nadie debe creer que el cantor / Pertenece a un mundo extraño / Donde todo es escenario y fantasia / El cantor es un hombre mas que anda / Transitando las calles y los dias / Sufriendo el sufrimiento de su pueblo / Y latiendo tambien con su alegria. / Mi oficio de cantor es tan hermoso / Que puedo hacer amar a los que odian / Y puedo abrir las flores en otoño / Con solo entonar una cancion. / Yo canto siempre a mi pueblo / Porque del pueblo es mi voz / Si pertenezco yo al pueblo / Tan solo del pueblo sera mi cancion.”
Um abraço, Ana Maria!
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