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Publicado: Segunda-feira, 2 de abril de 2012

Forças ocultas e contrárias

O tema é de importância capital. Mas, como o nome do título indica, a abordagem do assunto torna-se dificultosa e repleto de exigências, fazendo com que seja sempre postergado, face ainda a ínsitas elucubrações de comodismo ou desencorajamento.

Chega, porém, o momento do basta, de se promover algum desabafo, ainda que mínimo, mesmo com nuances tímidas e incipientes. A vida do ser humano, não fossem os obstáculos impedientes, decorrentes da inexistência de colaboração mútua, fincadas na vaidade e inveja, seria inelutavelmente mais fácil e agradável.

“Vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (I, 2)  menciona o livro do Eclesiastes em seus preciosos ensinamentos. Todos, na própria experiência de vida já constataram a frequência da vaidade nas pessoas e verificam, pesarosos, os danos que, muita vezes, proporcionam.

Curioso que, até nas menores coisas da vivência cotidiana, muitas impregnadas de nobres valores, a vaidade também pode existir e nesse sentido, inegável e paradoxalmente será considerada útil ou benéfica. Mas aquelas vaidades que impedem a união, motivando desencontros, divergências e desentendimentos, inelutavelmente não podem ser consideradas como benéficas.

Assim, esse tipo de vaidades que abundam, sobretudo nos meios culturais e religiosos, promovem fofocas, motivam picuinhas, vindo a impedir o deslanche ou o progresso de obras boas (os “mui amigos” não suportariam ver o sucesso do colega ou companheiro).

Outro tipo de forças contrárias decorre da incontornável divergência de opiniões ou ponto de vistas. De forma absoluta, por exemplo, será impossível que verdadeiro cristão se conforme que o casamento – união do homem e da mulher- venha a ser aceito para duas pessoas do mesmo sexo.

As diversas e divergentes opiniões, todavia, baseadas no grau de conhecimentos de cada um fazem-nos relembrar daquela belíssima passagem litúrgica que convidam os inimigos a se entenderem e viverem em paz e os adversários a se darem as mãos na união pacífica da fraternidade.

Quando não conseguimos pelo correto raciocínio descobrir ou entender porque as boas situações não acontecem ou porque acontecem coisas estranhas, inacreditáveis, podemos vislumbrar a ação das forças ocultas. Estas nada mais são que ação do demônio, satanás, capeta, diabo e suas inúmeras denominações.

Talvez voltemos ao assunto em outras oportunidades mas, para encerrar, transcreveremos o ensinamento precioso do Catecismo da Igreja Católica que nos tranqüiliza sobre o poder dessas forças diabólicas:

“o poder de satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser simples espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora sua ação cause graves danos – de natureza espiritual  e, indiretamente até de natureza física – para cada homem e para com a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade  diabólica é um grande mistério, mas nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam” (Rm8,28) (Cat.cit. pg.112). 

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