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Publicado: Quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Futebol às 22 horas: crime ou castigo?

Futebol às 22 horas: crime ou castigo?
Pacaembu vazio numa rodada de meio de semana

Barcelona e Real Madrid decidem o título da Supercopa da Espanha às 18 horas de Brasília, 23 horas lá no país ibérico. Quando essa informação surgiu na internet, vários jornalistas começaram a se posicionar. "Que absurdo jogar nesse horário, uma crueldade com o torcedor" ou "tá vendo, lá eles também jogam tarde, não é só aqui" foram os comentários que mais vi circulando na rede. A segunda fala foi mais frequnte entre profissionais da Globo, a principal responsável pelo horário ridículo do futebol aqui no Brasil. Ou seja, quiseram justificar um erro com um fato que não diz respeito a nossa realidade, que é um jogo marcado às 23 horas na Espanha!

Futebol de quarta-feira às 22 horas é um desrespeito não previsto no Estatuto do Torcedor. O cidadão comum, que depende de transporte coletivo para voltar a sua residência após a partida, tem que simplesmente desistir de acompanhar e vibrar pelo seu time de coração pelo fato de não ter linhas de metrô ou ônibus de madrugada. Qual o resultado disso? Estádios cada vez mais vazios nas rodadas de meio de semana.

Na Espanha, local onde teremos o jogo das 23 horas, existem regras mais rigorosas e não há monopólio nos direitos de transmissão, o que permite a marcação de jogos em diversos horários decentes. E outra: lá o transporte público funciona direito. E mais uma: agora é verão na Europa, o pôr do sol só acontece lá pelas 21 horas e o calor é intenso. Nada mais coerente que marcar a partida mais tarde, com um clima mais ameno.

Mas daí entramos na pergunta do título: o horário ingrato do futebol nacional é um crime ou castigo aos clubes que permitem essa postura dos donos do esporte no Brasil (leia-se CBF e Globo)? Afinal, são os clubes que autorizam essa vergonha para adequação da grade da emissora carioca. Seja como for, vamos continuar assistindo futebol "de madrugada" por um bom tempo.

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