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Publicado: Terça-feira, 28 de julho de 2015

Gatunos do erário

Gatunos do erário

Dia destes, a data vai esquecida e não seria necessário determinar, - aquela do encerramento do recente conclave do PSDB – o seu prócer mais destacado deixou um entusiasmado reclamo na mídia, amplamente difundido logo cedo e recolhido com a mesma urgência horas depois, de que nunca se roubara tanto neste país.

A retirada fora imediata porque de pronto até o leitor descuidado inferia dessa declaração o fato e a verdade de que roubar na prática da política seria vício tradicional e arraigado. E ainda de que - outra interpretação legítima dessa fala descuidada - também admissível, seria a de que roubar menos no passado teria sido plausível. Importante apenas, não exagerar.

O desacerto ainda mais contundente – daí o cuidado ao se emitir parecer ao público – reside na evidente dificuldade de se apontar nomes impolutos, de tão raros e incomuns, na vida política brasileira de todos os tempos.

Na mesma linha de pensamento, com olhares voltados apenas para Brasília, enquanto isso se descura da atividade pública nos Estados e Municípios, de como se gatunos só houvesse no meio político federal.

Como também está muito bem desviada a atenção popular para as ocupações públicas oficiais, cargos de todos os gêneros, vencedores de salário e vantagens exorbitantes.

Ora, se é para se falar de limpeza que não se concedam favores a mais ninguém, seja quem for.

Sim, eu sei.

O leitor a esta altura estaria a dizer de si para consigo, que sonhador o autor destas linhas!

Se assim pensar, o faz com razão.

Uma reviravolta do setor público e político não se opera do dia para a noite. O Brasil é um dos muitos países empobrecidos moralmente, nação jovem no contexto global, com muito ainda para aprender.

Esboçam-se aqui e ali algumas iniciativas tímidas. Associações e grupos isolados surgem a toda hora, mas para se corporificarem e adquirirem voz demanda-se ainda muito tempo.

Apenas um exemplo e daqui de perto, muito aos olhos de todos.

Quais nomes despontariam válidos – afora a mesmice atual – para ocupar a Casa de Leis da cidade, no pleito vindouro de 2016? Aliás, as Câmaras, de si mesmas, já estão esvaziadas e não dão meio passo além da conveniente atitude de convalidar o Executivo.

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