Google: presente e futuro das buscas na Internet
Para inaugurar minha coluna no Itu.com.br, escolhi falar sobre o Google, uma das empresas de tecnologia mais fascinantes que já surgiram. Até pouco tempo atrás, era o site nº 1 em número de visitas nos EUA, tendo sido superado em 2010 pelo Facebook – outra empresa interessante.
Mas, o Google tem muitas características que o destacam quando comparado às demais empresas de tecnologia. O primeiro ponto é que se trata de uma empresa inovadora. Embora muitos conheçam apenas o buscador do Google, há muitos outros produtos que a empresa oferece. Entre eles, estão o Android, o Chrome, o Orkut, o Google Maps, o Picasa, o Gmail e tantos outros. Há inclusive uma página chamada Google Labs onde são apresentados os produtos que ainda não ganharam o status de “oficial”.
Outro ponto interessante é que quase todos os produtos da empresa são grátis. Isso leva a uma dúvida comum: de onde vêm então os rendimentos da empresa? A resposta pode surpreender a muitos: segundo recente entrevista dada por Erich Schmidt, presidente do Google, à revista Veja, 97% da receita da empresa vem de anúncios pagos. Isso mesmo: os resultados que aparecem acima e ao lado dos resultados normais de buscas são pagos. A cada clique que recebem, o anunciante paga determinado valor ao Google.
Mesmo com tantos produtos, o carro chefe da empresa continua sendo o seu mecanismo de buscas. Foi com ele que Larry Page e Sergey Brin ganharam notoriedade, ao criar soluções mais eficientes para localizar o que o usuário procurava em bilhões de páginas da internet. Não se trata de tarefa simples. E foi justamente nela que o Google conseguiu diferenciar-se e dominar o mercado. Alguém ainda se lembra e utiliza serviços como Altavista e Lycos? Eram eles que dominavam o mercado antes da hegemonia do Google.
Basicamente, o que um usuário quer ao fazer uma pesquisa é obter os resultados mais relevantes sobre o tema pesquisado, no menor tempo possível. Fazer isso com bilhões de páginas parece impossível. Aí entra a eficiência do Google.
Em primeiro lugar, o Google não precisa pesquisar os bilhões de páginas disponíveis quando alguém faz uma busca. Previamente, todas as páginas são organizadas em um gigantesco índice, como acontece com um livro. Assim, quando você faz uma busca, é lido apenas o índice. É por esse motivo que as buscas levam apenas alguns décimos ou centésimos de segundo para serem realizadas. A grande dificuldade é manter o índice atualizado: para isso o Google possui programas chamados “robôs” ou “aranhas” que ficam constantemente lendo as páginas novas ou que foram atualizadas.
A outra grande dificuldade está em mostrar ao usuário os resultados mais importantes em uma busca. Por exemplo: quando alguém digitar a palavra “tecnologia” no Google, encontrará milhões de resultados. O usuário espera que os primeiros resultados sejam os mais importantes. Como ordená-los? Para isso, o Google usa uma série de fatores: a localização da palavra buscada no título e no texto da página, quantas outras páginas apontam para essa página, a localização geográfica do usuário, o tempo de carregamento da página, a existência de cópias dessa página e muitas outras. Além disso, o Google pode ainda oferecer resultados personalizados ao usuário, de acordo com as buscas anteriores que ele fez e os links em que ele clicou. Isso significa que a mesma busca feita em diferentes máquinas poderá trazer diferentes resultados.
Hoje, o Google faz mais ainda do que isso: nem sempre o usuário sabe o que quer procurar. Se você digita uma palavra errada, por exemplo, o Google percebe isso e mostra os resultados na grafia correta. Se há termos parecidos e mais populares que a sua busca, ele mostra uma opção para exibir os resultados desse termo. E, para facilitar ainda mais, os resultados já são mostrados à medida que você digita, antes mesmo de solicitar a busca. Todas essas funcionalidades existem como uma forma do Google adivinhar o que exatamente você está procurando.
No futuro próximo, podemos esperar por muito mais. Uma tendência que já existe é a procura por voz, mais comum em smartphones. Basta dizer o que você quer encontrar e o Google fará a busca para você. Outra novidade que se tornará cada vez mais comum é a chamada “busca semântica”: ao invés de procurar apenas palavras, você poderá formular perguntas ao mecanismo de pesquisa e ele encontrará a resposta. Se bem que, mesmo com a tecnologia atual, você já pode digitar a frase “Quantos habitantes tem o Brasil?” e receber a resposta correta.
Toda a evolução do Google tem o objetivo de mostrar ao visitante o que realmente interessa, evitando que seu mecanismo seja enganado por “truques” utilizados por empresas que querem deixar os resultados seus e de seus clientes na frente dos demais. O Google é o principal interessado por manter seus resultados confiáveis.
Se você está na posição de produtor de conteúdo e deseja ver os resultados de seu site ou blog bem posicionados no Google, sugiro a leitura dos artigos Como Aparecer no Google? e Google e a Ditadura dos Top 10, em que mostro algumas técnicas honestas para conseguir boas colocações.