Colunistas

Publicado: Terça-feira, 12 de junho de 2007

Hipertensão Arterial e Atividade Física

Aparelho vascular
Somente a partir de 1623, soube-se que o organismo humano é percorrido pela corrente sanguínea, cuja finalidade é fornecer alimento aos tecidos que o compõem. Essa tarefa é executada por um conjunto de elementos que integram o aparelho vascular, constituído pelo coração, artérias, veias, capilares e vasos linfáticos.
 
O coração é uma bomba muscular oca que se contrai ritmicamente, cerca de 60 a 80 vezes por minuto, para forçar a passagem do sangue pelos vasos sanguíneos para todos os tecidos do organismo, fornecendo às células oxigênio e nutrientes e, ao mesmo tempo, retirando das mesmas o gás carbônico (dióxido de carbono) que se forma durante o processo metabólico, assim como outros produtos residuais.
 
Para que o sangue seja impulsionado através dos vasos sanguíneos (artérias e capilares) e retorne ao coração (através das veias), este deve gerar uma pressão adequada durante a contração do músculo cardíaco (miocárdio). Pressão essa que impulsiona o sangue para as artérias em cada batimento cardíaco, a pressão aumenta ao máximo é a pressão sistólica. Durante a fase de relaxamento do músculo cardíaco, a pressão sanguínea diminui até um nível mínimo, denominado pressão diastólica.
 
Indivíduos adultos sadios apresentam uma pressão sistólica entre 120 e 140 mm de mercúrio (pressão máxima) e uma pressão diastólica entre 70 e 80 mm (pressão mínima).

O que é pressão alta?
A hipertensão ou pressão alta existe quando a pressão, medida várias vezes em consultório médico, é igual a 140 por 90 mm mercúrio. Isso acontece porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem e fazem com que a pressão do sangue se eleve. A hipertensão é uma doença muito comum, que atinge uma em cada cinco pessoas. Entre os idosos, chega a atacar uma em cada duas pessoas.
 
A hipertensão arterial é considerada uma doença democrática, podendo se manifestar entre homens e mulheres, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e magros, pessoas calmas e nervosas. Pode ser considerada uma síndrome multifatorial cuja prevalência, no Brasil, atinge de 22% a 44% da população urbana adulta. Ocorre com maior incidência em pessoas obesas, sedentárias e consumidoras de sal e álcool. Sendo considerada um dos principais fatores de risco para a doença cardiovascular.
 
Conseqüências da pressão alta
À medida que a pressão arterial aumenta e os vasos arteriais se enfraquecem, perdendo a elasticidade, maior será a probabilidade de uma hemorragia. Os alvos da pressão alta, além dos próprios vasos sanguíneos, são o coração (Doença Arterial Coronariana), os rins e o cérebro (Derrame Cerebral).
 
O tratamento da hipertensão deve ser feito com remédios e com hábitos de vida saudáveis, tais como: diminuir a ingestão de sal e bebidas alcoólicas, controlar o peso corporal, evitar o fumo, controlar o stress e através da atividade física.
 
Importância da atividade física
Nos últimos anos houve uma mudança profunda nos objetivos da Educação Física. Estas mudanças vieram com os princípios básicos e avançados das ciências do esporte. As mudanças ampliaram o campo de ação dos profissionais da Educação Física no sentido de reabilitar capacidades funcionais de indivíduos portadores de doenças crônicas, utilizando o exercício físico como parte da terapia destes pacientes.
 
Atividade física regular ajuda a baixar a pressão arterial. Em muitos casos, pacientes hipertensos após iniciarem um programa de treinamento físico, diminuem as doses dos medicamentos ou mesmo eliminam o uso dos mesmos. A prática regular de um programa de treinamento físico acarreta em benefícios aos pacientes portadores de hipertensão, tais como: perda de peso corporal, diminuição das taxas de açúcar e gordura, diminuição da resistência à insulina, promove o aumento do HDL (bom colesterol), redução de LDL (mau colesterol), diminui os níveis de ansiedade.
 
Os programas de exercícios físicos, destinados a pacientes hipertensos devem contar, predominantemente, de atividades aeróbias dinâmicas, como: caminhadas aceleradas, corridas, ciclismo, natação. A recomendação quanto a freqüência é de no mínimo 3 vezes por semana, com duração entre 30 e 60 minutos a uma intensidade de 60% a 80% da freqüência cardíaca máxima.
 
Mais recentemente tem aumentado o interesse científico sobre os efeitos cardiovasculares ocasionados por exercícios resistidos, mais conhecidos como musculação executada com cargas leves e muitas repetições. A técnica utilizada é o treinamento através da RML resistência muscular localizada.
 
Deste modo, os exercícios resistidos de baixa intensidade associados aos aeróbios, são indicados aos pacientes hipertensos, enquanto o treinamento de alta intensidade (força/hipertrofia) deve ser evitado.
 
O ideal para pacientes hipertensos, é a elaboração de um programa específico de treinamento físico, monitorado por profissional de Educação Física capacitado e habilitado, o qual irá controlar os batimentos cardíacos, assim como a pressão arterial antes, durante e após a atividade física.
 
Comentários