Hora de baixar a bola
O que no fundo iria justificar reações otimistas e esperançosas para o ano que vai se abrir, 2016?
Como é bom e superior viver num país eminentemente democrático, sob a proteção da tríplice custódia do Legislativo, Executivo e Judiciário e, mais ainda, com o fato de que para os dois primeiros desse sustentáculo da nação, existem nomes que o próprio povo escolhe. Que beleza!
Na teoria, cabe imaginar e exemplificar que esse privilégio, de que o poder do voto seja de todos e de cada um, quem tem força mesmo é a população como tal.
Agora, antes de atravessar os trilhos da realidade, pare, pense e escute.
Pare,abra bem os olhos, se tem alguma deficiência, pegue dos óculos. Olhe firmemente para tudo ao derredor.
Pense. Aqui, um detalhe. Sente-se para pensar. Não o faça com pressa. Urge ao brasileiro, nesta hora, recolher-se pausadamente e, ao invés de sair por aí com cartazes cujos dizeres nem entende, ora a favor de uma determinada onda, ora renitentes e a integrar grupos contrários. O momento atual muito mais do que politicalha apodrecida, de todos os lados, é de cuidar de passar o País a limpo, como o fazem a Justiça e a Procuradoria Geral da República. Portanto, no recolhimento, quieto e sozinho, intimamente, veja que é você que está sempre sendo ludibriado por qualquer das duas facções, ditas salvadoras da pátria, uma e outra.
E, por fim, humildemente, Escute, aceite que se diga que você, nascido neste país em que tudo começa bem até pela pujança de uma natureza inigualável, é um pobre coitado. Parece mesmo não saber de nada.
Mais ainda: como já foi proposto aqui noutras ocasiões, selecione calmamente uma lista de uns seis ou sete políticos, de sua cidade, do Estado e de Brasília, aos quais você sem perguntar mais nada a ninguém iria a correr e lhes entregar um diploma de dever cumprido.
Um diploma de cidadão eminentemente honesto e patriota no mais perfeito sentido da palavra.
Não se iluda, porém, no fazer esse apanhado, reflita e nomeie para incluir nesse rol apenas e tão somente os modelos do que aqui se pede, principalmente no que se refira a uma idoneidade a toda prova.
Ah sim, na busca desses nomes impolutos, não vale aduzir personagens que dançam no dinheiro e, muito mais ainda que, aqueles que anteriormente ao exercício de cargo político não eram ricos, opulentos, proprietários de terras e imersos no mundo dos negócios.
Faça-se, portanto e obrigatoriamente, uma ressalva, no sentido de que se excetuem os eventuais detentores de fortunas, empresários e os que mais o sejam e que se enquadram naquela faixa de cidadãos que venceram mercê de suas qualidades e tino administrativo, sem jamais pisar na cabeça de ninguém.
Não há nenhum demérito em ser rico, se assim se conseguiu honestamente. Estar bem, ter vida razoavelmente equilibrada, gente assim você encontra muito mais no seio dos cidadãos comuns, os brasileiros em geral.
É hora de baixar a bola.
Tudo vai continuar nas mãos dos eleitores, conquanto o seja no ano vindouro apenas para cargos de feição municipal. Mas já se oferece aí a chance de uma primeira retomada de consciência, para quando se chamar o povo para definir nomes novos e sadios física e moralmente para o Estado e para a Nação.
Deixe o eleitor, de uma vez por todas, de ser o pateta da história.
Um espaço final, ainda, para uma quimera, um sonho, uma fantasia...
Sonhar não é proibido nem pecado...
Tão bonito se nossas crianças de hoje, ao completarem idade escolar, começassem a ouvir de seus mestres o relato de uma entrada numa nova história do Brasil, a de que, uma vez, numa eleição municipal, o povo empreendera uma guinada histórica, ao colocar nas Câmaras e nas Prefeituras, políticos de primeira linha.
Baixe a bola e reflita.
Boa sorte, e somente isso, já que, com toda honestidade, sabem todos que bom ano não vai ser o de 2016, seja quem for a quem incumba conduzir a barca nacional.