Colunistas

Publicado: Quinta-feira, 23 de junho de 2016

Ibirá

Ibirá

Toda e qualquer comuna, seja metrópole seja município comum, vê traçado atrás de si extenso relato histórico e de seu desenvolvimento.

Ibirá, pois, de sua parte, vem a ser pequena cidade com São José do Rio Preto mais acima e Catanduva mais abaixo.

Ibirá, vocábulo indígena, para significar aquilo que brota da terra. No caso, uma fonte pelos locais apelidada de  “jorrante”, a fornecer água de proveito medicinal, com efeitos peculiares e única na sua espécie.

De modo geral, é chamada de Termas de Ibirá.

Explica-se.

De fato, esse ponto, o das Termas, dista sete quilômetros da cidade propriamente e da qual as Termas são hoje um distrito.

Esse local, primitivo, de fato fora escolhido para fundação de uma vila, mas abandonado por causa de um surto de febre amarela que quase dizimou a totalidade dos habitantes. Os irmãos Bernardino, seus fundadores, para escapar, na escolha de outro local, sob a denominação de Cachoeira dos Irmãos Bernardino. Concomitantemente, sob promessa a São Sebastião, fariam dele o padroeiro, se a febre acabasse de vez. E aconteceu.

Somente em 1921 é que a localidade se fez município oficialmente e sob a denominação de Ibirá.

Estação de Águas de muita procura, o município está ordenadamente implantado em quadras regulares e uniformes nas suas dimensões, o que permite reconhecimento dos diversos locais, seja a pé, seja para os veículos.

Tem-se pois Ibirá a poucos quilômetros das Termas de Ibirá, distrito mas nem por isso sem vida própria e regular, eis que justamente nele se reúnem os vários hotéis e o impressionante e aprazível Parque das Águas.

Instaladas no distrito varias sedes recreativas como a do CPP, Centro do Professorado, bem como a AFPESP, para funcionários públicos estaduais e outras.

A água servida à cidade tem a mesma propriedade daquela das fontes. Tanto que após os banhos para efeito medicinal como os de caráter doméstico, deixam todos no corpo a impressão de que não se fizera escoar da pele resíduos do sabonete usado. Por fim se descobre que essa espécie de maciez só é removida com as toalhas.

Diante desta rápida aferição, sabidamente parcial sobre a cidade, cumpre dar relevo ao prédio da Igreja Matriz de São Sebastião, que parece edificada há pouco, mas por mercê de ter sido criteriosamente cuidada, já completou noventa anos de sua fundação. Esse templo dá conta de que, verdadeiramente, Ibirá se encontra, como Rio Preto e adjacências, no chamado Triângulo do Sol.

É bem por causa do clima, que a Matriz disponibiliza em sete colunatas de cada lado, ventilador para todas elas e mais, um voltado para o centro e outro para as laterais. Ao totalizar então nas catorze colunas nada menos de 28 ventiladores, afora aqueles localizados no espaço do presbitério.

Sonorização perfeita e audível em qualquer ponto do templo.

Os bancos, de estilo finíssimo, torneados, práticos e abundantes.

Pinturas clássicas, abundantes e admiráveis, de proporções altas, essas susbstituem aquelas dos tempos de sua fundação.

Terra de calor inclemente que, aberto o inverno nestes dias, apenas se percebe ligeira brisa no amanhecer para sumir antes das oito e trinta ou nove horas no máximol

A evidência da temperatura alta faz compreender porque se destacam na Praça da Matriz três sofisticadas sorveterias.

Fique-se por aqui, pois, em pinceladas apenas e de relance, com o que seja a Ibirá tão acolhedora.

Comentários