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Publicado: Sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Incontinência fecal e tratamento fisioterapêutico

Causa de grande desconforto e constrangimento, a incontinência fecal pode ocorrer, interferindo na qualidade de vida e no convívio social. O risco é maior em mulheres, por conta do relaxamento esfincteriano durante a gravidez, pós-parto e idade avançada, normalmente afeta mulheres após os 40 anos, mas pode ocorrer em homens com menor incidência, devido a patologias que alterem o mecanismo normal de continência.

Caracteriza-se como incontinência fecal a incapacidade de reter fezes até o local apropriado e incontinência anal a incapacidade de reter flatos ou fezes até local apropriado.

Estima-se que cerca de 2 a 5 % da população brasileira sofre com este problema, difícil de ser avaliado, pois muitas tendem a esconder esse fato dos médicos por falta de conhecimento de um possível tratamento ou constrangimento gerando um quadro de ansiedade, isolamento social e até depressão.

Para que ocorra a continência é necessário um complexo mecanismo entre musculatura do assoalho pélvico e musculatura esfincteriana anal além da exigência de um bom funcionamento do trato digestivo e sistema nervoso.

As causas frequentes são: lesões dos esfíncteres anais (músculos que através de sua contração evitam o escape involuntário de conteúdo intestinal), causas neurológicas (diabetes, esclerose múltipla, traumas ou tumores medulares), doenças inflamatórias intestinais, fístulas perianais e defeitos congênitos no ânus e esfíncteres anais.

O diagnóstico é realizado pelo médico e o tratamento pode ser farmacológico, cirúrgico ou em conjunto com a fisioterapia.

Ainda pouco conhecida, porém com resultados positivos em pesquisas realizadas e estudos de caso, a fisioterapia vem sendo apontada como uma das primeiras escolhas de tratamento, já que pode evitar ou retardar o procedimento cirúrgico.

Realizada através de reeducação da musculatura pélvica, técnicas preventivas de conscientização corporal, treinamento vesical e esfincteriano, fortalecimento do períneo além do biofeedback (terapia que visa estabelecer autocontrole sobre as funções fisiológicas) e a eletroestimulação (com objetivo de aumentar ou ativar as funções de um órgão através de correntes elétricas que variam com relação ao tempo de aplicação e tipo de estímulo).

O Fisioterapeuta está habilitado para atuar nesta área melhorando e diminuindo as disfunções de forma mais eficaz e assegurando que os exercícios sejam realizados de forma correta para o sucesso do tratamento, lembrando que para os melhores resultados é necessário um acompanhamento multidisciplinar com tratamento clínico, psicológico, fisioterápico e se necessário cirúrgico.

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