Infidelidade
Ela jamais se questionou. Nunca teve motivos para desconfiar de que talvez não fosse a única. Sabia de sua importância para a vida dele, principalmente nos momentos mais difíceis. Seu apoio era o que lhe sustentava. Mais que prova de admiração e respeito, era prova de carinho e afeição.
Quantos anos dedicou àquela relação? Muitos e muitos. Mesmo depois da morte dele, continuou fiel. Coisa rara nos dias de hoje. Nas datas importantes, nos dias em que as lembranças assaltavam a memória, perdia-se em recordações. Através de retratos e relatos de seus melhores momentos, vivia nostalgicamente uma época já ultrapassada pelo tempo.
Não há como negar: ficou espantada ou saber da “outra”. Nunca pensou que ele seria capaz disso. O que fez de errado? Por qual motivo dedicou os mesmos elogios a ela? Teria sido tão importante a relação entre ambos? Tão significativa a ponto de comparar-se com a sua com ele?
A infidelidade é um arroubo. Acaba manchando toda a virtude de quem se considera fiel, trazendo um sabor amargo às doces lembranças. O sacrifício da fidelidade parece então uma bobagem, um tempo perdido. E tudo por causa daquele que não soube ser fiel.
Assim sentiu-se a cidade de Itu ao descobrir que o título de “Fidelíssima” não é exclusividade sua. Foi dado também à outra: Sabará, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Mais detalhes desta “traição” cometida por Dom Pedro I, na matéria de Leandro Sarubo publicada no dia 22 de setembro no Itu.com.
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