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Publicado: Quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Insensatos Corações

Crédito: Blog - novelasdobrasilemais Insensatos Corações
Léo de Insensato Coração

Sei que o nome da novela das 21h não é no plural, mas o que quero abordar nesta nossa conversa é justamente o número grande de “insensatos corações” que encontramos no nosso cotidiano.

Adoro novela, embora só as acompanhe quando estão na reta final por questão de disponibilidade de tempo, porém o que pude perceber nestas últimas semanas é que o número de personagens que vislumbram o dinheiro e o levar vantagem acima de qualquer regra é muito grande. As ações e articulações praticadas por eles para conseguirem estes objetivos são inúmeras e sem qualquer intimidação.

Assistindo ontem a cena em que o Léo pega o taxi aéreo levando na mochila seu paraquedas fiquei pensando se ele, sabendo que estaria condenado em razão de todas as provas que várias pessoas têm contra ele, se mataria para fugir das condenações pulando do avião e não abrindo o paraquedas. Pois quando vi o que ele realmente planejou me senti tão “infantil” em imaginar que uma pessoa com este perfil poderia, em algum momento, deixar a autoconfiança e o egocentrismo de lado e tomar uma decisão que não visasse “se sair bem”. Que mente maquiavélica!

Fiquei refletindo sobre os tantos Léos que existem espalhados por ai, arquitetando planos mirabolantes, usando o sentimento de respeito, confiança, solidariedade, gentileza, carinho e tantos outros fundamentais na relação humana, para induzir a pessoa ao erro em proveito próprio.

E como identificar estas pessoas? Na novela é fácil, pois somos expectadores dos dois lados da ação, os quais nos são mostrados com total clareza. Mas e na vida real? Vamos desconfiar de todo mundo? Devemos ficar sempre imaginando que há uma segunda intenção em toda boa ação? Se vivermos com esta “espada” sob nossa cabeça como será a nossa convivência em sociedade?

O Léo, de acordo com a minha análise, é um psicopata desprovido de qualquer sentimento. Seu objetivo de vida é obter dinheiro para usufruir das coisas boas que o mesmo proporciona. Para isto ele pratica os crimes com naturalidade e segue em frente sem qualquer tipo de culpa ou arrependimento.

Agora pergunto: Será que o Léo se tornaria esta pessoa que ele é se sua mãe não o tivesse protegido tanto? Será que o fato de ela sempre arranjar uma desculpa para justificar as más ações do Léo não foi o combustível para ele seguir em frente? Será que ele é uma versão aprimorada da mãe? E o Raul será que o fato de nunca ter tomado uma posição firme em relação a estas atitudes de protecionismo da Vanda também não contribuiu para que o Léo chegasse aonde chegou?

Acredito que estas interrogações valem como um “presta-atenção” para muitos pais que não deixam de enxergar seus filhos como “meninos e meninas” inocentes e que não praticam nada com má intenção.

Este Léo que nós assistimos todas as noites pode não existir somente na ficção. Pode ser que existam muitos Léos fruto de tantos comportamentos permissivos de muitos pais ausentes ou que se negam a enxergar o óbvio. São Léos que colocam fogo em índio que dorme ao relento, que desrespeita e agride o professor, que “rouba” o carro dos pais enquanto estes dormem e sai em alta velocidade atropelado quem trabalha na madrugada, que mandam matar os pais enquanto estes dormem para ficar com o dinheiro e tantas outras barbaridades que ficamos sabendo todos os dias através das notícias.

Acho que vale o alerta e a reflexão tanto para o caso do Léo, quanto para o do Vinícius, da Eunice, da Natalie, do Cortez ...

Nas novelas, na maioria das vezes, o bem vence o mal, porém na vida real não é bem assim que acontece. Eu não sei como será o final da novela e nem procuro saber, pois gosto de assistir na expectativa, porém acredito que se o Léo morrer é uma forma clara de mostrar para a sociedade que a Justiça não tem capacidade de lidar com pessoas como o Léo. É por esta razão que a maioria dos vilões acaba morto na novela. Porém, se ele continuar vivo, e mesmo que seja preso, devemos dormir com os dois olhos abertos, pois ele certamente em breve conseguirá fugir e pode ser que o encontremos bem ao nosso lado.

Estou exagerando? Me diga o que você pensa a respeito.

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