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Publicado: Segunda-feira, 18 de julho de 2016

Itu e o Carmelo

Itu e o Carmelo

Julho é o mês que, em alguma semana, ocorre o Festival de Artes na cidade de Itu.

Nos dias que marcaram o encerramento, 16 e 17, sábado e domingo, pontificaram, respectivamente, o Coro da Osesp, sob regência de Marcos Thadeu e a Orquestra  Bachiana Filarmônica do Sesi, esta a cargo do conhecido João Carlos Martins.

Também em Julho, uma das festas religiosas de maior tradição – a dedicada a Nossa Senhora do Carmo.

Acontece que, neste ano, além do carinho e da devoção da gente ituana, deu-se a ocorrência dos 300 anos de constituição da Ordem Terceira do Carmo, em 1716, os primórdios da devoção carmelitana nestas plagas.

Com o tempo vieram a Igreja e o Convento, edificações históricas. Mais tarde, o prédio mais novo, o do antigo Seminário Nossa Senhora do Carmo, local ora ocupado pelo Colégio Anglo. Considerem-se ainda os sobrados de moradia na Floriano e o tão frequentado Campo do Carmo, agora utilizado como estacionamento.

Tradicionalíssima, por suas características e hinos de primorosa elevação, a Novena de Nossa Senhora, desta vez, por esses júbilos todos, ainda mais imponente. Eis que, o ápice, no dia 15, transcorreu com a missa e solene encerramento.

Num gesto até de humildade de parte do atual Prior, o dinâmico Frei Fernando, com seu jeito de menino, convidara para oficiar a Santa Missa, seu irmão na Ordem, filho desta terra, o Frei Atanael.  Sobremodo inspirado e ao revelar profunda espiritualidade, manteve os fiéis atentos na envolvente e piedosa homilia. O coro, Impecável na sua afinação e entusiasmo. Daí ter acontecido a mais natural e consequente manifestação dos fiéis que, finda a santa missa, pareciam não querer sair da Igreja. O Frei Atanael a essa hora ainda, envolvido com os cumprimentos e saudações do povo, fez a benção de objetos pessoais e tudo culminou enfim com a imposição do Escapulário do Carmo aos novos devotos.

A costumeira quermesse recebeu também um público numeroso que se confraternizou em meio aos doces, salgados, canjas e refrigerantes.

Quem passou pela Praça da Independência, nessa semana, terá percebido que em todas as janelas do segundo andar do Convento do Carmo, esteve pendente no beiral o símbolo do Carmelo, quais bandeirolas bafejadas pelo vento.

Quer parecer enfim que, pelo significado da alma, entrega e presença dos frades carmelitas em Itu séculos afora, secundados pelo povo nessa predileta devoção à Virgem, estaria a merecer – e ainda é tempo – uma justa homenagem por parte da cidade como um todo, especialmente pela iniciativa do poder público municipal, associações e entidades em geral.

Itu, histórica, tradicional e ardentemente carmelitana.

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