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Publicado: Domingo, 24 de agosto de 2008

Jogos Olímpicos - IV

Em 1880, com apenas 20 anos de idade, o Barão Pierre de Coubertein, desejando levantar a França, debilitada pela derrota de 1870, procurou conhecer a razão da vitalidade anglo-saxônica. Ao voltar da Inglaterra, estava formada sua convicção sobre o valor do desporto. Assim é que começou um verdadeiro apostolado na França. Pouco a pouco, criaram-se associações atléticas nos moldes do Racing Club e do Stade Français, as primeiras surgidas na França, enquanto o futebol trazia para os campos um público rebelde de início, depois lentamente conquistado para a causa desportiva.
 
Obcecado pela imagem da Grécia antiga aclamando seus atletas em Olímpia, começou Coubertein por convocar um Congresso Internacional de Educação Física, no qual figuravam doze países, entre os quais os Estados Unidos, a Inglaterra e a Suécia. Foi neste congresso que ele fez votar o restabelecimento dos Jogos Olímpicos e a constituição de um comitê internacional.
 
Revivendo os dias vividos há mais de mil anos, os primeiros Jogos Olímpicos foram levados em Atenas, no ano de 1896, a partir do qual começaram a ser contadas as Olimpíadas da era moderna, com intervalo de quatro anos. Inspiraram-se os Jogos Olímpicos numa frase do Barão de Coubertein, que se tornou o lema do esporte amador: “O essencial não é vencer, mas competir com lealdade, cavalheirismo e valor”.
 
Alguns costumes e símbolos olímpicos foram sendo consagrados ao longo dos anos. Todos os participantes das Olimpíadas são obrigados a alojar-se num conjunto especial, denominado Vila Olímpica. Esse costume é incentivo à própria essência primeira dos Jogos, que é a aproximação dos povos por intermédio dos seus esportistas. Em tese, homens e mulheres de todos os continentes devem viver, durante alguns dias, o mesmo ambiente de amizade e compreensão, acima das rivalidades e dos preconceitos.
 
O controle dos Jogos Olímpicos está a cargo do Comitê Olímpico Internacional, criado junto com o certame, cuja sede é Mon Repos, Lausanne, Suíça. Ao COI filiam-se os comitês nacionais que, em 1960, à época dos Jogos de Roma, somavam oitenta e sete. Nas Olimpíadas desse ano tomaram parte mais de sete mil atletas.
 
Apesar das tentativas de influência política, que insiste em atribuir contagem de pontos para afirmação de superioridade de determinado país sobre os demais, esses critérios não são oficialmente admitidos nos Jogos Olímpicos. As vitórias são exclusivamente individuais. Aos ganhadores até o terceiro lugar são conferidas medalhas, respectivamente, de ouro, prata e bronze.
 
Cinco argolas entrelaçadas representam o símbolo olímpico. Foram idealizadas também pelo Barão de Coubertein, em 1914, mas só apareceram nos Jogos de 1920. Essas argolas estão inscritas numa bandeira de fundo branco, liso, e suas cores representam, de acordo com a concepção antiga, os cinco continentes: o azul, a Europa; o amarelo, a Ásia; o preto, a África; o verde, a Austrália e o vermelho, a América. Atualmente, há também o conceito de que essas cinco tonalidades diferentes são as constantes das bandeiras dos países do mundo todo.
 
O COI designa a sede dos Jogos Olímpicos seis anos antes de cada realização, sendo livres as inscrições. O país que promove a competição compõe o Hino Olímpico daquele ano, que é tocado nas principais cerimônias. Durante a entrega das medalhas aos vencedores, é executado o Hino Nacional do país a que pertence o campeão.
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