Jornalistas
Nesta data em que se comemora o Dia do Jornalista, nada mais lógico que justamente a imprensa diga de si, ao que vem e seus porquês de tantos matizes.
Na literatura como tal e nos seus aspectos vários, bem assim, pois, como no jornalismo, a figura do cronista é eminentemente espontânea e intuitiva.
Nos primórdios da escolha de seus caminhos, sequer desconfia que essa qualidade não se cria, porque aflora sozinha e, diga-se enfaticamente, nem percebe essa influência nata.
É totalmente diverso de enfileirar uma variedade de opções e tender por uma delas. Absolutamente.
Com frequência e quase sempre a partir dos comentários de leitores seus, é que aos poucos se dá conta de integrar o quadro dos adeptos dessa modalidade, à vista de tudo quanto já produziu. Olha para trás e até se assusta.
O cronista, em suma, de certo modo, não se faz como tal conscientemente; é descoberto.
Divagar à solta e em todas as áreas, este o seu mundo. Não sabe hoje do que se ocupará amanhã. É como enfiar a mão na sacola cheia e ali colher qualquer peça de seu variado conteúdo. Pronto. Nasce a crônica.
Nessa temática, tome-se do precioso livro “As cem melhores crônicas brasileiras” (Editora Objetiva) e leia-se a introdução do mestre Joaquim Ferreira dos Santos, responsável pela coletânea.
Uma das frases:
“A crônica brasileira tem uma cara própria, leve, bem-humorada, amorosa, com o pé na rua.”
E esta outra:
“Muitas vezes uma crônica brilha, gloriosa, mesmo que o autor esteja declarando, como é comum, a falta de qualquer assunto.”
De fato.
Comum assim acontecer.
A própria falta dele se faz assunto.
O nada vira algo.
E nasceu mais uma crônica.