Publicado: Sexta-feira, 19 de maio de 2006
Lembranças
Eu era bem menino. A época era de brincar com piões, bolas de gude, carrinhos de rolimãs, empinar pipas, andar de bicicleta e jogar futebol. Entre os vários primos, um grupo deles morava na capital. Na verdade havia mais de um grupo morando em São Paulo, alguns primos pelo lado paterno e outros pelo lado materno. Nas férias escolares, na infância, estávamos sempre juntos de alguns primos por parte de mãe. Era sempre assim: um período em São Paulo, outro em Itatiba. Dessa forma, passei boa parte de minhas folgas escolares da infância na capital paulista.
Lembro-me de que freqüentar a casa dos primos era, para nós, algo sensacional. Pelas diferentes situações financeiras de nossos pais, lá sempre encontrávamos um quantidade enorme de coisas que não tínhamos aqui. Além disso, passar as férias em São Paulo era uma grande aventura.
Uma das coisas que gostávamos muito era que o tio tinha um carro importado, isso no final dos anos cinqüenta, início dos anos noventa, que era um luxo. Lembro-me de que, nos finais de semana, íamos passear pelo centro com o belo carro e, ao final do passeio, parávamos para almoçar em sofisticados restaurantes. Lembro-me também de que um dos primos tinha uma bicicleta para corridas, com guidão apropriado, câmbio com várias marchas, além de kart e outras coisas que, para nós, faziam parte dos sonhos.
Na casa, havia uma sala com um aparelho de som que freqüentávamos periodicamente. Recordo-me bem, até hoje, de algumas músicas dos anos sessenta e que têm, para mim, a cara daquela sala. Gary Lewis and the Playboys é um dos conjuntos que não consigo ouvir sem a imagem da sala onde ficávamos ouvindo músicas e pensando das coisas da adolescência. Eu ia tanto para lá que até formei um grupo de amigos da vizinhança. Férias de julho ou de dezembro, sempre me encontrava com eles. E o programa, além das aventuras, ali pela redondeza era ir ao cinema em bando. Eram oito ou dez garotos, sem nada com que se preocupar, só curtindo a vida.
Bem, o tempo passou, cada um de nós tomou um rumo e, hoje, muito raramente encontro os primos daquele período. Quando encontro, vejo que o mundo realmente deu muitas voltas. Não temos mais tanta coisa em comum e as conversas acabam girando em torno das boas histórias daquele período.
Lembrei-me disso tudo nesses últimos dias. O carro importado já não existe mais há bom tempo, o tio faleceu há dois anos, se não estou enganado e, agora, no início dessa semana, acometida que estava de um sério problema de saúde, a tia também partiu. Assim, fiquei pensando bastante neles todos e nos eventos do qual fomos protagonistas nos anos cinqüenta e sessenta. Revi tanta coisa daquele período: imagens, bons momentos, lembranças agradáveis de uma época em que não tínhamos qualquer preocupação. Fiquei triste pela morte da tia, uma pessoa que conviveu com a gente durante tanto tempo... Fiquei triste também porque, com a morte dela, parte das minhas histórias também se foi. Além disso, quando somos surpreendidos por acontecimentos dessa natureza, lembramos então que estamos assumindo a linha de frente. Inexorável e inexplicável!
Lembro-me de que freqüentar a casa dos primos era, para nós, algo sensacional. Pelas diferentes situações financeiras de nossos pais, lá sempre encontrávamos um quantidade enorme de coisas que não tínhamos aqui. Além disso, passar as férias em São Paulo era uma grande aventura.
Uma das coisas que gostávamos muito era que o tio tinha um carro importado, isso no final dos anos cinqüenta, início dos anos noventa, que era um luxo. Lembro-me de que, nos finais de semana, íamos passear pelo centro com o belo carro e, ao final do passeio, parávamos para almoçar em sofisticados restaurantes. Lembro-me também de que um dos primos tinha uma bicicleta para corridas, com guidão apropriado, câmbio com várias marchas, além de kart e outras coisas que, para nós, faziam parte dos sonhos.
Na casa, havia uma sala com um aparelho de som que freqüentávamos periodicamente. Recordo-me bem, até hoje, de algumas músicas dos anos sessenta e que têm, para mim, a cara daquela sala. Gary Lewis and the Playboys é um dos conjuntos que não consigo ouvir sem a imagem da sala onde ficávamos ouvindo músicas e pensando das coisas da adolescência. Eu ia tanto para lá que até formei um grupo de amigos da vizinhança. Férias de julho ou de dezembro, sempre me encontrava com eles. E o programa, além das aventuras, ali pela redondeza era ir ao cinema em bando. Eram oito ou dez garotos, sem nada com que se preocupar, só curtindo a vida.
Bem, o tempo passou, cada um de nós tomou um rumo e, hoje, muito raramente encontro os primos daquele período. Quando encontro, vejo que o mundo realmente deu muitas voltas. Não temos mais tanta coisa em comum e as conversas acabam girando em torno das boas histórias daquele período.
Lembrei-me disso tudo nesses últimos dias. O carro importado já não existe mais há bom tempo, o tio faleceu há dois anos, se não estou enganado e, agora, no início dessa semana, acometida que estava de um sério problema de saúde, a tia também partiu. Assim, fiquei pensando bastante neles todos e nos eventos do qual fomos protagonistas nos anos cinqüenta e sessenta. Revi tanta coisa daquele período: imagens, bons momentos, lembranças agradáveis de uma época em que não tínhamos qualquer preocupação. Fiquei triste pela morte da tia, uma pessoa que conviveu com a gente durante tanto tempo... Fiquei triste também porque, com a morte dela, parte das minhas histórias também se foi. Além disso, quando somos surpreendidos por acontecimentos dessa natureza, lembramos então que estamos assumindo a linha de frente. Inexorável e inexplicável!
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