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Publicado: Quinta-feira, 23 de março de 2017

Letras e Livros, paixão assumida

Letras e Livros, paixão assumida

Na segunda, 20, deste março que se precipita rapidamente – outrora o tempo era menos apressado – viveu-se um dia realmente diferenciado.

O local: os interiores de uma editora que, nascida modesta, cresce agora a olhos vistos. De se ver o entusiasmo de seu proprietário, o sr. Claudio. Em verdade, envolvera-se muitos anos em viagens a serviço de conhecida e sólida empresa do ramo. Trouxe consigo, pois, experiência.

Tais viagens as empreendera Brasil afora, acompanhado de colega hoje também realizado, o eminente autor de magníficas obras no ensino da Língua Portuguesa, o professor Melo Mesquita.

De repente, chega ali um causídico que, no entanto, se especializara na autoria de obras fundamentadas na vida de muitos personagens, a quem conhecera pessoalmente. Avançado este na idade, entusiasmava-se contudo com narrar suas experiências e obras, a demonstrar memória privilegiada no enumerar seu círculo de amizades e conhecidos,  pessoas ilustres.

Pois bem. Em meio a personalidades de tal gabarito, lá estava este cronista, encantado, a abeberar-se de tão proveitoso colóquio, a sobretudo aprender, candidato ali a possível lançamento de seu primeiro livro.

As peripécias do sr. Claudio até firmar-se como tal, hoje livreiro; o douto professor (uma de suas obras – 11ª. Edição – gramática de 752 páginas) e o sr. Ananias, João Milton Ananias, o terceiro citado ali atrás.

Esse quádruplo encontro se dera pouco antes das duas da tarde.

A denominação da empresa que acolhera os aqui assinalados, bem como o de outras livrarias envolvidas neste colóquio, ficam sem referência por obedecer a sadia concorrência no gênero. Tanto que o realce e a finalidade deste apanhado, queda-se tão somente na demonstração do entusiasmo de quem labuta no ambiente das letras, nas suas facetas mais variadas. Vão da alma do escritor até o seu comércio, que sustentam essa notável área do saber.

Escrever e discorrer a respeito desse setor envolve a alma e o coração a um só tempo.

Seria então demais dizer-se que do livreiro, mais lhe fale ao coração ver o livro pronto e lançado do que a justa e merecida recompensa na comercialização? Esta importa sim, evidentemente, mas parece por vezes que a feitura do livro seja a empolgação.

O sr. Claudio, o professor Melo Mesquita, o provecto cidadão sr. Ananias, a quem os anos chegaram mas não para combalir seu apego à pena sagaz e perscrutadora e, por último, como ouvinte embevecido, este humilde e teimoso relator de “causos”, saíram dali de alma cheia. Ufa!

Registre-se que a troca de ideias, frenética no bom sentido de que cada um e todos eram uma fonte disparada de experiências, durou, surpreendentemente, mais de três horas.

Por fim se diga, que a saída ensaiou-se, mas a cada passo, parava. Surgiam mais detalhes a contar ou relembrar, os quatro em pé e parados na porta da editora. Até que, e já na frente do elevador, todos retornam, eis que o sr. Claudio se lembrara de mostrar outra dependência da editora.

No fundo mesmo, conquanto premidos pelo adiantado da hora e quase no fechamento da casa, na verdade, ninguém queria ir embora.

Praza aos céus, aconteçam mais contatos da espécie.

Espíritos revigorados.

Os livros encantam.

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