Liberdades Sem Saída
O mundo oferece hoje mais liberdades do que há cem anos. As pessoas podem escolher uma religião ou não, optar por uma ideologia política, relacionar-se sexualmente com quem quiser, etc.
Há, inclusive, liberdades questionáveis: para abortar (matar) uma criança, matar um doente ou idoso (eutanásia), matar-se a si mesmo (suicídio, uso de drogas), etc.
Temos, também, as liberdades civis: de expressão, de ir e vir, de uma existência digna, etc. Estas devem ser bem regulamentadas, já que a liberdade de uma pessoa tem como limite a liberdade de outra.
Com tantas liberdades, por que inúmeras pessoas têm a sensação de estarem presas? De onde vem tamanha angústia, traduzida numa vontade de liberdades cada vez maiores e sem limites, que na prática descambam para as piores libertinagens?
Já passou o tempo das modernidades. As novidades do século XXI não trouxeram tantas alegrias assim. O ser humano continua sentido-se incompleto e não há nova tecnologia que dê jeito nisto.
Nesta nossa sociedade tão cheia de liberdades, as pessoas continuam encontrando barreiras em tudo e para tudo andam buscando saídas. E, nesta busca por saídas, acabam trocando os pés pelas mãos, o certo pelo duvidoso.
Então começam as lambanças: culto excessivo do corpo, idolatria da juventude, corrupção desmedida por dinheiro, os crimes por motivos sexuais, as leis do politicamente correto, as ideologias de intolerância e exclusão, etc.
No Evangelho, Jesus de Nazaré faz várias comparações. Em uma delas ele diz que é uma porta por onde passam os seus discípulos. É um sinal de que Jesus se oferece como solução para essas prisões e barreiras humanas. E de que somente passando por essa porta encontraremos uma liberdade genuína.
Infelizmente a maioria das pessoas julga essa solução ingênua ou inválida porque se trata de uma proposta que parte da religiosidade. Não deixa de ser uma pena... A ciência comprova que pessoas adeptas de qualquer religião têm uma qualidade de vida melhor por causa do cultivo da espiritualidade.
As pessoas continuarão batendo cabeça enquanto não perceberem esta verdade: se o mundo só nos oferece "saídas", o próprio Jesus se apresenta para todos como "porta".
Não é uma porta fácil de entender, ela é estreita. Mas nem tudo que traz facilidades acarreta felicidades. Para conquistar a vida plena é preciso esforço. Se nossa alegria dependesse apenas de liberdades e facilidades, a humanidade já deveria estar completamente feliz e realizada há muito tempo.
Amém.