Linhas para Armando
Lá vou eu, escrever na sequência, outro artigo sobre a morte de alguém. Tentei recolher-me na tristeza e deixar o dia acabar, mas não consegui. Para quem possui o gene jornalístico nas veias, não há como deixar de homenagear o ícone Armando Nogueira com algumas singelas linhas.
Nunca algo de tão bom veio do Acre. Nascido em Xapuri, Armando tornou-se um dos pioneiros da televisão ao implantar o núcleo de jornalismo da Rede Globo. Jornal Nacional e Globo Repórter são obras suas. Se a emissora tem como trunfos a qualidade em telejornalismo e telenovelas, no caso do primeiro deve muito a Nogueira.
Ele aparecia pouco na telinha. Era homem de direção, de planejamento. Era um visionário, enxergou além de seu próprio tempo. Porém, destacava-se também no rádio e na imprensa escrita. Era do tempo que o jornalista devia ser completo, atuando bem em qualquer tipo de meio de comunicação.
Como cronista esportivo, foi um gênio. Autor de alcunhas e frases célebres. Foi Armando quem apelidou Garrincha de “o anjo de pernas tortas”. E foi ele quem sentenciou: “Se Pelé não tivesse nascido gente, teria nascido bola”. Tudo com a maior espontaneidade, aquela que vem das pessoas realmente talentosas.
Há três anos foi diagnosticado um câncer no cérebro de Nogueira. A descoberta mudou sua rotina de senhor já com 80 anos de idade. Falecendo hoje (29/03), perdeu a batalha para a doença. Mas venceu a guerra ao sair de cena vitorioso e admirado por seu trabalho e pela pessoa magnífica que era em particular.
Se Armando Nogueira não tivesse nascido gente, teria nascido Imprensa.
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