Publicado: Quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Lisboa cidade das Sete Colinas
Uma questão importante e pertinente para se abordar é o retrato de Portugal nos dias de hoje. Estamos inseridos no canto da Europa, mesmo na cauda, economicamente falando, na zona ocidental da Península Ibérica. Temos uma área total de 92.000 km2 e uma costa litorânea de aproxidamente 1.300 km. A população gira em torno de 10 milhões de habitantes.
Essas superficiais características do país que nos colonizou são importantes para explicar a acentuada modernidade que se verifica nos últimos anos. Lisboa, capital de Portugal, não deixa nada a desejar a outras capitais européias, seja na arte, na música na moda, no cinema ou teatro.
Nos dias de hoje não é correto associar Portugal a Roberto Leal, ou às mulheres de bigode! Lisboa se soltou da opressão ditatorial e se lançou para o mundo, como há séculos atrás lançou suas embarcações para grandes descobertas!
Mas o que eu quero contar hoje é a lenda das “Sete Colinas sobre as quais assenta Lisboa” (que realmente existem!). Essas colinas são: Castelo, São Vicente, São Roque, Santo André, Santa Catarina, Chagas e Sant’Ana.
Foi Frei Nicolau de Oliveira que surge com essa ideia no século XVII, isso porque os romanos viam na nossa estrutura geográfica, uma certa semelhança com a capital do império romano, então logo apressou-se em traçar um paralelo das colinas à cidade de Roma.
Na Colina de São Jorge (monumento nacional) fica o famoso Castelo de São Jorge onde, presume-se, teve início o primeiro povoado de Lisboa. Hoje é uma das principais atrações turísticas, com imensos festivais, feiras, artistas e um visual de tirar do fôlego! Por isso a existência de tantos miradouros e cafés charmosos com vista sobre o Rio Tejo!!!
Na Colina de São Vicente fica o famoso bairro de Alfama, o mais tradicional de Lisboa, com suas ruas íngremes, estreitas, com seus bondes eléctricos e roupas penduradas na janela que dá para calçada (isso sim é uma imagem antiga de Portugal, mas que tem imensa graça!). Havemos de falar mais sobre esse bairro.
Na Colina de Sant’Ana situa-se hoje uma das mais famosas praças de Lisboa, Praça da Figueira, onde se encontram todas as nacionalidades do mundo!!! É passagem turística obrigatória!
Conta-se que na Colina de Santo André, muitos nobres se instalaram, após o terremoto de 1551, uma vez que ficou menos povoada e com “melhores ares” .
A Colina das Chagas é uma homenagem dos marinheiros da Rota das Índias em louvor as chagas de Cristo. Hoje é onde se situa o largo do Carmo, importante tema a ser desenvolvido dentro da história de Portugal.
A Colina de Santa Catarina abrange o Largo de Camões, lugar muito badalado pelos turistas, onde encontra-se o famoso café “A Brasileira”, um dos locais frequentados por Fernando Pessoa. Quem por lá passa vê uma estatua dele sentado em uma das mesas! É muito interessante! Ao redor existem famosos teatros, galeria de arte a ateliers de costureiros em ascensão.
Na Colina de São Roque, também chamada São Pedro de Alcântara situa-se o bairro mais emblemático de Lisboa: Bairro Alto, um dos mais intelectuais da capital, frequentado e habitado por jornalistas, escritores, artistas e estudantes, a um passo do Chiado. Muito importante falar sobre esse bairro, enquadrando-o no boom modernista de Lisboa.
Mas isso fica para a próxima!
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