London School, Uma Escola de Ponta
Mais que uma escola de ponta a London School é uma homenagem à dignidade, à dedicação, ao trabalho sério na área da educação, do ensino de línguas estrangeiras. Nasceu em uma quarta-feira e no sábado já estava instalada. Na segunda já tinha a primeira aluna, a Chris, que representou o primeiro desafio para a aplicação, na prática, e desta vez pra valer, do Método dos Sons.
Depois de minha percepção, em Londres ainda, da possibilidade de agilizar o aprendizado com a priorização da audição e da fala em sala de aula, e com reforço em casa, através da leitura em voz alta, levou alguns anos para a compreensão e organização do método. Foram dezenas de conversas com editores, com professores, com fornecedores de material especializado, de visitas à PUC-SP e à USP, sem contar os inúmeros congressos e palestras.
Tentei, em Sorocaba, testar a metodologia e organiza-la de forma científica. Foi em vão, faltava o principal, o material humano, uma pessoa que compreendesse o que eu queria dizer e reunisse as condições necessárias para sua aplicação prática, com as devidas correções de rumo. Ou seja, faltava uma pessoa que tivesse não só formação técnica, mas amor pela educação, que sentisse o sangue ferver nas veias na defesa da verdadeira educação.
Para você fazer uma observação científica precisa ter amor e dedicação, sem o quê as tentativas são vazias, são nulas.
Em Itu, em 1.997, tentei eu próprio fazer este trabalho. Porém, além de não ter a formação própria, não tinha o tempo suficiente para esta dedicação de que falo. Apesar de ter reunido no Novo Itu, na casa de minha mãe, um grupo de 20 alunos, mal tinha condições de preparar adequadamente as aulas, o que era fundamental. Com o trabalho universitário me consumindo 12 horas por dia tive que abrir mão da experiência. Mas a busca por uma resposta continuava.
A resposta viria em 2002. Das inúmeras e intermináveis conversas com a professora Giselle Castro Fernandes, uma amiga sempre presente, nasceu a London.
Nasceu naturalmente, sem grandes planos administrativos, somente com o objetivo de se fazer uma Escola de Línguas “de ponta”, que desse aos alunos a liberdade de expressão, de colocação nos ambientes, de realização. Que mostrasse aos alunos a possibilidade de se “falar inglês”, ou francês, ou espanhol fora do paradigma instalado em todas as escolas de línguas, que prioriza a gramática à prática.
Com a cara e a coragem a Professora ( e o “p” tem que ser capital ) Giselle visitou fornecedores, participou de congressos, pesquisou, adaptou materiais e passou a aplicar o Método dos Sons, de forma prática e objetiva, em sala de aula.
O resultado apareceu depressa! Em pouco tempo os alunos estavam pronunciando, lendo em voz alta, se colocando em sala de aula, sem medo do erro, sem medo de serem felizes.
Com os contatos europeus vieram as palestras e os mais variados eventos, inclusive o Visit Itu, dando aos educandos, aos professores e a todos nós, a possibilidade de verem os conhecimentos testados em público. Das muitas e muitas horas de dedicação foram se sedimentando os conceitos. Em entrevista ao Jornal Tapera, de Salto, em 2003, a Professora Giselle pode expor as descobertas e explicar, pela primeira vez, como um método científico teórico, que nasce da observação prática, funciona no dia a dia. Estava comprovada a eficácia, agora viria o aperfeiçoamento. No mesmo ano de 2003 publiquei, no Jornal Periscópio de Itu, dois artigos sobre a necessidade de um planejamento em nossa cidade, e nas diversas cidades do Brasil, para a inserção de nossos profissionais e nossos jovens, no processo de globalização, através do aprendizado de línguas estrangeiras. Em 2004, em um de nossos eventos, surgiu a idéia do Itu Poliglota, trazida pelo Sr. Alberto Moreira.
Com a experiência acumulada de dois anos e meio de aplicação prática do Método dos Sons, a Professora Giselle escreveu, em dois meses, o projeto Itu Cidade Poliglota. Com o apoio da Saci, da Protur e da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Turismo, com o apoio incondicional de empresários e da mídia ituana, o projeto foi colocado em prática e já beneficia dezenas de profissionais.
Neste início de setembro, período que nos lembra a nossa dependência, este projeto proporciona a todos quantos estão participando desta empreitada, a independência, torna a cada um, e a todos, pessoas livres para escolherem seus destinos, pessoas livres para decidirem seu futuro. Isso graças à dedicação de pessoas desligadas de si mesmas, voltadas para o próximo.
Ajudar ao semelhante, já disse alguém, não é dar o peixe, é ensinar a pescar. E é isso que se faz na London School, e é isso que fazemos diuturnamente, eu e as Professoras Giselle e Nathalia Fernandes, cada qual em sua trincheira, e é por isso que a London é uma Escola de Ponta, que vem conquistando o coração de cada ituano, a cada dia.
Mais que uma Escola de Ponta, é um hino à liberdade da mulher, à liberdade de expressão, à liberdade de realização, um respeito à forma de ser, é uma homenagem à dignidade. É uma prova concreta de que os sonhos, independentemente dos percalços, sempre podem ser realizados, se perseguidos com persistência, com respeito e com honestidade de princípios.
Sou daqueles que acreditam que o bem deve ser o objetivo, que a dignidade humana deve ser praticada, seja a que custo for, pois mais cedo ou mais tarde virá à luz e prevalecerá.