Mãe Solteira
Nem sempre a maternidade vem desejada. Desde sempre, mas sobretudo a partir da liberação sexual da década de 1960, na ânsia de mostrarem-se independentes e donos de si, em geral os jovens acabaram permitindo que acontecessem em suas vidas muitas coisas não planejadas (acidentes de percurso?).
Quando um rapaz engravida uma moça e ambos não planejaram isso, na maioria dos casos a situação é dramática. Eles podem optar pelo aborto, que é um crime abominável sob a ótica cristã. Ou mudar as próprias vidas de uma hora para outra, na base do improviso, o que nem sempre é o ideal embora seja milhões de vezes melhor do que a diabólica opção abortista.
Há casos em que o rapaz dá o pinote, deixando a moça sozinha com a criança na barriga. Então, familiares e amigos que se virem para dar-lhe o devido suporte. Isso "se" a moça tiver familiares e amigos. Acredite: neste nosso mundo individualista e mesquinho, há muitas mulheres mundo afora que não têm família ou amizades verdadeiras.
Há casos em que é a moça quem decide criar o bebê sozinha. Certas "tontologias" vendem a idéia de que isso é o melhor para a mãe e para a criança. Trata-se de uma mentira, pura birra pelo tal "empoderamento" que, a longo prazo, não faz bem para ninguém. É um orgulho maligno e disfarçado que só aprofunda traumas.
Do ponto de vista cristão melhor é que a moça e o rapaz assumam a criança que geraram, mesmo que não decidam casar ou morar juntos. Pelas vias naturais ninguém gera filhos sozinho. Existe sempre uma parceria. Homem e mulher deveriam experimentar juntos esse mistério da geração da vida, auxiliando um ao outro. Ninguém deveria passar por momento tão especial solitariamente.
Entre o ideal e o real, porém, há um abismo. Assim, são inúmeros os casos em que jovens mulheres são confrontadas com o dilema "aborto versus vida". Ou então se deparam com a situação de criar um filho sozinhas, algo que nunca é verdadeiramente fácil, basta perguntar para quem já passou por isso.
Como bem disse o Papa Francisco, não existe mãe solteira. Ser mãe independe de estado civil. Mãe é mãe e ponto final. Felizmente já passou quase totalmente o obscuro tempo dos preconceitos em relação à mulher que cria os filhos sozinha.
Até a primeira metade do século passado era comum estigmatizar as chamadas "mães solteiras". Muitas vezes elas eram obrigadas a abandonar ou doar a prole por causa das pressões sociais. Ter filho e não ter marido era feio e condenável. Não se conseguia emprego por causa disso e perdia-se o status social. Mesmo dentro da própria família a moça ficava mal falada. Houve um tempo em que até padres negavam o batismo de filhos de mães solteiras...
A Igreja sempre terá entre suas prioridades a preservação do núcleo familiar que, de acordo com a sua Doutrina, é a ideal: marido e esposa, com seus filhos, formando a celula mater da sociedade. Porém, não sendo possível tal realidade em alguns casos, já não se usam situações não ideais como pretexto para a falta de acolhimento dessas pessoas. Muitíssimo ao contrário: quanto mais delicada a situação, maior cuidado pastoral é dedicado.
Ser mãe é algo tão sublime que jamais deveria servir de pretexto para qualquer coisa ruim. Mas esse seria o mundo ideal. Na prática, infelizmente, nem sempre é assim. A própria Igreja é Mãe, a Santa Madre Igreja, especialista em humanidade. Essa Mãe também sofre por seus filhos, também recebe preconceitos, ofensas e violências.
A mentalidade do mundo atual é contra a maternidade em geral. Em algumas escolas já não se comemora mais o Dia das Mães, por causa dos argumentos mais ridículos que se possa imaginar. Alguns projetos tramitam no Congresso Nacional visando tão somente tirar a obrigatoriedade de se colocar os nomes do pai e da mãe nas certidões de nascimento das crianças.
Alguém pensa que essas e outras ações contra a Família são fortuitas? Nada disso! A humanidade será rapidamente destruída quando acabarem de vez com o conceito e a beleza da Família, a começar pela maternidade.
Feliz Dia das Mães!
Amém.