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Publicado: Segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Magia ou ilusão de ótica?

As crianças conversavam sobre seus animais de estimação. Uns tinham gatos, outros cachorro, passarinhos ou peixes.

- Meu animal de estimação é um sapo, diz a Marilda.

- Um sapo, exclamaram todas as crianças ao mesmo tempo, como é que você foi arranjar um sapo aqui na cidade?

Foi assim:

Uma noite, ouvimos, de repente. Um grito na cozinha:

- Uaauuuuuuuu!

Meus pais correram para lá pensando que seria no mínimo uma cobra que assustara a empregada, talvez até uma onça! Quando viu o sapo minha mãe agarrou-se no meu pai e gritou:

- Uuuiiiiiiiiiii!

Meu pai que é muito corajoso pegou a vassoura, varreu o bicho pra fora e fechou a porta.

Todos foram dormir, mas eu fiquei com pena do coitadinho, lá fora naquele frio, levantei devagarzinho e fui pé ante pé, peguei o sapo e levei para o meu quarto.

- Vou cuidar direitinho de você, disse a ele.

Para minha surpresa ele respondeu:

- Você é uma boa menina e eu também vou ser muito bonzinho. Não vou incomodar ninguém.
E o sapo ficou morando no meu quarto.

De manhã eu o coloco dentro da gaveta para ninguém vê-lo e de tardezinha quando todos já estão se preparando para recolher-se eu o tiro de lá e a gente fica conversando.

Logo ficamos íntimos. Eu contei a ele todos os meus segredos e ele contou-me a sua história.

Ele não foi sempre um sapo.

Era um moço muito bom e muito bonito chamado Arlindo.

Aconteceu, porém, que ele apaixonou-se pela filha do rei e este não queria o casamento porque ele não era príncipe e era pobre. Por isso mandou prendê-lo.

Mas a princesa gostava muito dele e ia, escondido do pai, vê-lo na prisão. Quando o pai soube disso mandou chamar uma bruxa que o transformou em um sapo. 

A princesa ficou muito triste, mas prometeu que quando o efeito da magia acabasse ela iria buscá-lo onde ele estivesse, eles se casariam e iriam para muito longe onde o pai dela não pudesse encontrá-los.

Quando Marilda acabou de contar os colegas caçoaram dela:

- Você está mentindo!

- Não é mentira, teimou a Marilda. Ele está lá sim! O sapo que, na realidade, é um belo rapaz.

Os colegas não teimaram mais, mas estavam sempre amolando a garota, perguntando pelo Sap-Arlindo com ironia.

- Vocês não acreditam? Pois vamos lá em casa que eu mostro o sapo encantado pra vocês.

E um dia um grupo de meninas resolveu ir a sua casa para desmascará-la.

Marilda estava segura de si. Levou as colegas ao seu quarto, fechou a porta e abriu a gaveta. O sapo não estava lá, é claro, mas ela não perdeu o requebrado: 

- Ele foi embora! Acho que a magia acabou e a princesa veio buscá-lo.

Correu à janela, abriu a cortina e apontou para as colegas boquiabertas:

- Olhem! Lá vai ele com a princesa.

As meninas olharam na direção apontada por Marilda e todas viram um casal de jovens cavalgando um cavalo alado desaparecendo entre as nuvens. 

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