Males irreparáveis
Lembraria você de quando o sistema previdenciário brasileiro se continha com integral satisfação de seu público alvo?
Sim, de quando cada ramo de atividade dispunha de instituto próprio e específico?
Assim eram conhecidos todos eles.
O de maior público assistido, o saudoso Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários – o IAPI.
Na sequência, os demais: IAPC, dos comerciários; o IAPB, dos bancários; o IAPTEC, a que se filiavam os trabalhadores no ramo de transporte de cargas; e assim por diante.
Claro que, bem e inteligentemente programados e setorizados, cada Instituto contava com beneficiários próprios, ou seja, um universo menor e assim controlável de pessoas.
Na modalidade extinta, uma eventual perda de rumo – se chegasse a acontecer – abrangeria um reduto à parte de pessoas. Muito mais fácil tratar de uma ferida localizada, do que um cancro gigantesco, como é o de agora, englobados todos os associados num pérfido, perdido e saqueado Instituto - o INPS de hoje!
A previdência social, em si mesma poderosa se bem administrada, resultou na barafunda da atual e saqueada pelos políticos.
E agora, de lá de cima, das mãos nada confiáveis do Congresso Brasileiro, quer-se corrigir o erro do passado, sob um nome nada confiável, de Reforma da Previdência.
Mesmo sem exame da validade ou não do conteúdo e verdadeiro intento do governo (?!) vai-se jogar na cara do trabalhador um verdadeiro tormento. E o açodamento de Brasília para implantar uma verdadeira dúvida nacional, admite, outra vez, a barganha de votos, a peso de ouro.
Houvesse um vislumbre de boa intenção, que melhor chance do que, oportunamente, reativar o sistema de efeito salutar comprovado, para simplesmente voltar aos métodos anteriores, - IAPI, IAPC, IAPB, IAPTEC e outros, sérios e bem sucedidos.
E como nenhum parlamentar se lembrou disso? Haveria de novo um processo de cartas marcadas?
Qual o interesse, quais as intenções, de um conglomerado político defraudador, corrompido dos pés à cabeça?
O que existe realmente atrás dessa dita má reforma previdenciária?