Malu no Mundo dos Brinquedos
Neste sábado passado, 12, estive no lançamento do segundo livro da querida amiga Carolina Padreca, no Espaço Cultural Barros Junior, em Salto.
Baseado na peça teatral homônima, a autora também ilustra o recheio da obra infantil. Mas se engana quem pensa que o discurso é só para crianças. Acordando hoje com o WhatsApp fora do ar, notamos a dependência que criamos fundada em nossa mania de inventar necessidades.
Carolina Padreca tem emergência. Seu texto escorre pelas coxias; não se aguenta só no palco. Malu no Mundo dos Brinquedos é um livro cheio de pressa. Pressa por um mundo melhor.
Como uma boa história, tem mistério, romance, o "Bem" e o "Mal", e, principalmente, aventura. E nessa aventura, Malu é você.
Impresso preto no branco, tem mais cores que o arco-íris. Tem vontade de sair. Sair por aí, apregoando respeito e amor. Sair por aí gritando que ser criança não é "coisa de criança". Brincar não é "coisa de criança". Ser feliz, não é "coisa de criança". Malu no Mundo dos Brinquedos é livro para crianças também, mas é provocação para muita gente grande.
Na história, a protagonista se cansa de brincar com seus brinquedos comuns, trocando-os pela tecnologia das telas. Até que os brinquedos se rebelam e se revelam "vivos". Isso acaba implicando na ida de todos à juízo no Mundo dos Brinquedos, inclusive Malu, pois havia visto um brinquedo "com vida". Malu estava crescendo.
E nós sabemos que ser gente grande dói. Gente grande machuca um ao outro, muitas vezes, até sem querer. Noutras, "sem querer, querendo". Mas nos falta, depois, o remédio doce da infância que vamos sufocando entre nossas estranhas escolhas. Sabe aquele remédio gostoso cheio de brincadeiras de roda? Aquele lá, feito de fubeca, passa anel, pião, pipa, boneca... Pois é, a gente esqueceu, né?
Malu No Mundo dos Brinquedos está no epicentro deste grande desafio que alguns já viveram e outros certamente viverão: A decisão sobre crescer... E crescer de que jeito?
Malu não é só uma criança... Malu é um grito de esperança.