Manhas e artimanhas
A desfaçatez e o caradurismo são os indicativos dos políticos brasileiros e que passam pouco percebidos pelo grosso da população em geral e dos eleitores particularmente.
Seria necessário que ao se atribuir titularidade aos credenciados ao exercício do voto, fossem todos antecipadamente sujeitos à prova de real capacidade e consciência dessa atribuição. A própria contingência de que se faça de cada cidadão obrigatoriamente um votante, torna inócua sua finalidade principal. Ela é impositiva e é o mesmo de que, naqueles que não desejariam votar, se aplicasse um autêntico cabresto. Surge aí o voto sem sentido e facilmente manipulado ou condicionado. Quer dizer, nada pelo nada.
É por isso que, sem querer fazer-se incrédulo ou pessimista, sabe-se diante mão que essa avalanche de descobertas de assaques ao numerário púbico revela a intenção, o propósito e principal móvel dos senhores políticos no Brasil. E assim vai continuar.
O descaramento é tamanho que se observa atualmente, em contraposição a uma ofensiva nunca vista anteriormente da parte do judiciário, manhas e artimanhas serem tramadas, inclusive para descaracterizar certas espécies de crimes, que lhes permitiria aos próceres da Nação não serem incomodados.
Como também, outra não foi a intenção, nas gravações vindas a público, de quatro nomes que tentavam programar defensivas ora de atribuição e alcance do Judiciário.
Na mesma linha de subterfúgios, aparece agora outra aberração destes dias: um parecer dos procuradores do Legislativo, de que eleitos pelo voto popular somente se sujeitariam a ser presos se seus pares assim concordassem.
Quer-se impor goela abaixo o mais imponderável dos absurdos!
Inegável doutra feita que a troca de comando trazida pelo impedimento resulta de um conchavo coletivo, embrulhado em celofane, no qual os interesses e a ganância chocantes impõem e condicionam favores inimagináveis.
Para dizer pouco: o que de plausível para que num alarde de aperturas bambear-se a corda para elevação de salários de servidores?
Há sinceridade nisso?
E mais, mais e mais ...
Quem, afinal de contas, está a serviço de quem neste país?
Seria esta a nação, a dos brasileiros, mas de todos eles, o povo em especial?
Comparativamente, a esta altura – não há provas do contrário – de que em verdade a arruaça e a farra dos congressistas ultrapassam em muito a gravidade do possível desequilíbrio do comando do País, alegado naquela tarde circense que envergonhou o Brasil.
O conluio orientou as ações.